quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Prémio IS 2010


O "Aqui & Agora" promove pela segunda vez o Prémio Informação Solidária (IS) em Portugal. Estão nomeados sete candidatos, nos quais pode votar até ao final do ano.

Texto Dina Cristo fotografia e pintura Cristina Lourenço

A criação do prémio, este ano a pintura da autoria da artista Cristina Lourenço, é uma iniciativa simbólica que visa reconhecer, valorizar e incentivar a produção de IS em Portugal. Durante três meses, até ao dia 29 de Dezembro, pode votar num dos sete nomeados: a revista “Biosofia” e “Cais” e o jornal “Quercus ambiente”, em imprensa; o websiteVislumbres da outra margem”, na internet; os programas “Mais cedo ou mais tarde” (TSF) e “Viva a música” (Antena 1), em rádio, e “Sociedade civil” (RTP 2), em televisão.
A Informação Solidária é uma tendência informativa, que une, concilia e transcende os opostos desenvolvidos nos séculos XIX, romantismo, e XX, informação industrial. Prescinde do pior de ambos e recupera o seu melhor, inovando. Um casamento perfeito entre os extremos, subjectividade e objectividade, expressivo e apelativo, altruísmo e egoísmo, deveres e direitos, optimismo e pessimismo, parcialidade e imparcialidade, autor e leitor, política e economia, Estado e mercado, opinião e informação, razão e emoção, substância e forma, profundidade e superficialidade, estética e cosmética, informação e entretenimento.
Filha do pai romântico e da mãe industrial ela é a síntese dos contrários, qualidade e quantidade, contexto e fragmento, assinatura e banca, paixão e indiferença, dependência e independência, elite e massa, isolamento e competição, heterogeneidade e homogeneidade, futuro e passado, ideal e material, soluções e problemas, importância e interesse, quente e frio, central e piramidal, bem e produto, onda e partícula, actividade e passividade, liberdade e ordem, análise e reportagem.
Informação íntegra(l)
A IS, assim designada por Carlos Cardoso Aveline, cujo livro será entretanto disponibilizado em linha, é uma corrente baseada na ecologia profunda e economia solidária (espiritual, segundo Alfredo Sfeir-Younis), que une os extremos, perseguindo o caminho do meio, da suficiência, da dose q.b., como o mais adequado à comunicação social, tornando-a moderada e equilibrada.
As actuais circunstâncias de crise são uma oportunidade de abrir espaço à informação social, alternativa, informal, cooperativa, grupal, interdependente, comunicativa, em espiral, holística, harmoniosa, búdica, quântica, homeopática, micro, ética, criativa, sensível, slow, humana, realista, focada no presente, no Emerec (Emissor-Receptor, como antevisto por Jean Cloutier) usando os Hemisférios Esquerdo e o Direito.
Nas actuais condições (de crescimento digital) e vontades (de participação), os “media” digitais tendem a desenvolver-se experimentando novas formas de pesquisa, elaboração e publicação. Mas para além do desenvolvimento tecnológico ressurge uma necessidade básica, a de voltar ao essencial: saber que fontes contactar, que perguntas fazer, o que seleccionar, ou seja, o que noticiar, como se afirmava nas IV Jornadas Internacionais de Jornalismo, realizadas na Universidade Fernando Pessoal, no Porto.
Consciente e responsável, prudente e coerente, adulta e madura, digna e nobre, saudável e benfazeja, verdadeira e significativa, doméstica e auto-sustentável, de confiança e de boa vontade, inconveniente e corajosa, ecológica e de longo-prazo, fazendo menos e melhor, de forma mais simples, a IS é uma informação dourada, para a qual se multiplicam (renovadas) fontes e agências, voluntários e critérios, meios e público. Embora presente vai além dos vários tipos de jornalismo em expansão, como o positivo ou colaborativo, quando se coloca ao serviço da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade, da Vida, da Paz e do Amor.

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sábado, 25 de setembro de 2010

A Ciência da Polis V


Fórum de Conímbriga

Nesta quinta parte propomos o Código Deontológico do Político e analisamo-lo à luz do verdadeiro poder e necessidades humanas.

Texto José Luís Maio fotografia Dina Cristo

Art.º 1º – O político terá de reconhecer e exigir o valor, a respeitabilidade e a igualdade fundamental de cada ser humano, daí decorrendo a noção de um todo participado pelas unidades que o constituem.
Art.º 2º – O político terá de encarar o seu trabalho, estritamente, como um esforço altruísta e desinteressado – abdicando das conveniências, comodismos e vaidades pessoais, em prol do contributo para o Bem Comum.
Art.º 3º – O político não deve sequer considerar a possibilidade de exercer um cargo governativo ou de direcção como uma forma de preencher e melhorar o seu curriculum pessoal ou de ampliar a sua fortuna material – devendo, nesta esteira, ser criados, cumpridos e aperfeiçoados os correspondentes mecanismos institucionais de controlo.
Art.º 4º – O político terá de evitar um certo tipo de frieza que, eivada de pretensiosa superioridade, tem como efeito a incapacidade de se identificar com qualquer anseio colectivo.
Art.º 5º – O político não deve recusar prestar a sua colaboração numa actividade governativa pelo facto de ser mais bem pago numa outra profissão, excepto quando discordar da orientação vigente (devendo neste caso justificá-lo e sugerir, fundamentando, alternativas), por se reconhecer menos capaz para desempenhar aquelas funções, ou por estar empenhado noutra esfera de trabalho que igualmente concorra para o progresso da Comunidade.
Art.º 6º – O político deve evitar a demagogia fácil ou a reprovação leviana e primária e pautará a sua intervenção por um elevado grau de exigência ética.
Art.º 7º – O político (esteja na governação ou posicionando-se como alternativa) deve executar ou propor as medidas mais convenientes à realização de valores mais elevados e globalizantes, mesmo correndo o risco de ser mal interpretado por alguns – ou muitos –, numa interpretação imediatista ou superficial.
Art.º 8º – O político deve evitar uma excessiva susceptibilidade às críticas (sem, ao mesmo tempo, incorrer num processo de autismo), não valorizar demasiado um julgamento imediatista, tendo especialmente em conta o regime democrático (em si mesmo generoso, digno e cheio de virtualidades ainda por desenvolver), no qual está não só dependente de resultados eleitorais como, também, condicionado pela força da opinião crítica dos meios de comunicação social e pressionado pelos diversos grupos que integram o tecido social, com as suas diferentes perspectivas e os seus diferentes interesses.
Art.º 9º – O político deve saber explicar serena e lucidamente as suas opções, substituindo o populismo fácil e demagógico pela necessidade de que todos compreendam a dificuldade das escolhas, quando nelas se tem de sacrificar alguma coisa, o que sempre acontece.
Art.º 10º – O político deve ponderar respeitosamente os interesses particularizados ou sectoriais e, dentro de princípios de justiça relativa, concatená-los da forma mais correcta e equilibrada possível, tendo presente que, onde se tem de distribuir bens ou recursos quantitativamente relativos, não pode deixar de haver abdicações relativas.
Art.º 11º – O político deve considerar que a função governativa não se esgota com a tomada de decisões e sequente aplicação de medidas concretas, no uso de um poder de autoridade, devendo estas ser ideal e substancialmente complementadas pela apresentação de propostas de verdadeiro progresso – assentes na solidariedade activa e voluntária, numa ampla fraternidade, numa ética feita de inegoísmo pessoal ou grupal – que sejam deixadas à consideração íntima dos cidadãos e à sua livre escolha individual.
Art.º 12º – O político deve exercer a filantropia generalizada, inteligente e continuada, em vez da pequena e ocasional caridade esmoler.
Art.º 13º – O político deve assumir inequívoca e objectivamente o grande objectivo da gradual mas progressiva integração e solidária unificação entre os diversos estratos populacionais que constituem a nação e entre as diversas nações que constituem a Terra, o que implica, necessariamente, o esbatimento do desnível entre os privilégios de uns e as privações de outros, de classes económicas e sociais, de nacionalismos separatistas e antagonismos de toda a espécie.

Política sem poder
Como um dia disse uma grande mulher, “negamos a mínima intenção de sugerir desrespeitosamente ideias àqueles que são tão sábios que recusem uma sugestão”.
A liberdade humana é um fim ou objectivo a atingir, nunca um meio para o que quer que seja, como generalizadamente se pensa. Apesar dos conceitos “livre”, “liberdade para…”, etc., poderem iludir-nos de que somos livres para agir de acordo com os desejos, sentimentos e pensamentos que nascem em nós, ou que nos envolvem e influenciam, nomeadamente os de baixo cariz – e que aqui designamos por consciência inferior, inteligência passiva/reactiva, própria do quaternário inferior (por consistir em quatro veículos, mente inferior, corpo emocional, duplo etérico e corpo físico, por ordem decrescente de frequência vibratória, ou do mais espiritual para o mais material) –, somente de um modo somos, de facto ou permanentemente, livres: quando a nossa consciência está sintonizada com um dos níveis da tríade superior, atma-buddhi-manas, a trindade divina no Homem, expressão da Unidade – ou “Espírito”, “Essência Eterna”, “Centelha Individual do Fogo Universal” – no mundo manifestado. Somos tanto mais livres quanto mais os outros o são e vice-versa. Trata-se, pois, de uma questão de reciprocidade. E se, para obter algo, tivermos que dele privar outrem, em vez de livres, tornar-nos-emos escravos do desejo de possuir esse algo. De outra forma essa liberdade não faria qualquer sentido, pois, por via dela, acabaríamos submetidos às coisas, aos fenómenos e aos seres, em vez de enraizar e fortalecer no nosso íntimo o auto-domínio e o controle das situações, mesmo as mais desesperantes. A liberdade, a verdadeira, nunca conduzirá à escravidão. Em rigor, é o livre-arbítrio (a “liberdade de acção”) que nos conduz à dependência destruidora ou à liberdade (à libertação das escravidões de todo o género, da dor e do sofrimento).
Face a esta realidade, só os políticos com aspiração pura e ardente e vontade inquebrantável e constante de servir o Bem Comum aceitarão fazer um verdadeiro pacto – ou contrato – com as comunidades que, com (e por) todos os condicionalismos que as afectam, são o único móbil da sua acção esclarecida, competente e filantrópica. Deixarão assim de fazer qualquer sentido, por obsoletos e fomentadores de separatismos anacrónicos, quaisquer pactos que visem lucros, vantagens e prebendas eticamente ilegítimos, exclusivistas e manchados por delírios inconfessados.
Actualmente, todos sabemos de certos acordos de conveniência, falaciosamente chamados “de regime”, feitos entre partidos políticos em que a unanimidade parlamentar (em rigor, unanimismo, símbolo de passividade e omissão da maioria dos deputados, por interesse, em vez de unanimidade, isto é, deliberação activa de todos eles, por razões lúcida e devidamente ponderadas e conscientemente assumidas) – que deveria imperar nas matérias verdadeiramente decisivas, nucleares e de profundidade e dignidade inquestionáveis para o desenvolvimento e realização dos cidadãos – só acontece nas deliberações sobre matérias inócuas (estéreis) e iníquas (perversas), sem real benefício para todos.
Trilogia essencial
Em que matérias de cariz verdadeiramente essencial para o Bem Comum deveria haver unanimidade parlamentar – e a consequente acção governativa? Toda a gente o sabe, excepto os membros dos poderes legislativo e executivo (1): pão, habitação e educação – que conduziria à saúde física, anímica e espiritual, isto é, à realização do equilíbrio integral dos indivíduos e das sociedades. A força política que tiver como imperativo categórico a realização deste programa é de esquerda, é de direita ou é do centro? É democrática ou republicana? É conservadora ou reformista? É liberal ou ecologista?... Responda quem souber! A aparentemente redutora trilogia pão, habitação e educação só o é, de facto, na aparência.
O pão é, não só, físico mas, principalmente, espiritual(2). O alimento com que os seres humanos ficam real e prolongadamente saciados é, sem dúvida, o supra físico. Todos os indivíduos, sem excepção, que viram saciada a fome do conhecimento e da adveniente sabedoria que os levou a percorrer os “mares nunca dantes navegados” da vida espiritual são adeptos da frugalidade do alimento para o corpo físico. Qualquer pediatra competente ensina-nos que uma atmosfera de amor, tranquilidade e segurança que as crianças recebem dos seus progenitores é o alicerce realmente estruturante, a verdadeira pedra angular, na construção de um corpo físico enérgico e saudável e que a componente dietética é secundária (não confundamos com desnecessária). Como sabemos, a palavra “dieta” é de origem grega. A propósito, nunca nos devemos esquecer de que o grego é a língua sagrada (no sentido de espiritual, radical, nuclear) do ocidente. Assim, diaita, “dieta”, significa “género de vida”. Ora, parece não ser necessário perdermos muito tempo em avaliar a qualidade da existência de alguém que passa a vida à mesa ou a pensar excessiva ou exclusivamente nos prazeres da mesa.
De igual modo, a habitação possui um significado espiritual. É sem dúvida importante a casa material – de argamassa, ferro e tijolos – que habitamos, sem a qual é posta em causa e negada a dignidade de todos os cidadãos. A nossa própria Constituição, no seu artigo 65.º, consagra o direito à habitação para todos. Mas de que servirá essa habitação física, visível, se a morada que a nossa consciência habita for indevida ou caoticamente – isto é, não hierarquicamente – construída? O novo conceito de saúde é pautado por uma perspectiva holística, integral, global, segundo a qual o todo é mais do que a soma das suas partes. Para Albert Einstein, "o ser humano vivencia-se a si mesmo, os seus pensamentos, como algo separado do resto do universo – numa espécie de ilusão de óptica da sua consciência. E essa ilusão é um tipo de prisão que nos restringe aos nossos desejos pessoais e ao afecto apenas pelas pessoas mais próximas. A nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza na sua beleza. … Lutar pela sua realização já é, por si só, parte da nossa libertação e o alicerce da nossa segurança interior".
Como foi referido no final do primeiro trabalho desta série, há uma hierarquia septenária de planos de ser e de consciência que constituem a entidade humana. A correcta hierarquização desses sete princípios é fundamental para a saúde e equilíbrio de todo e qualquer indivíduo. Assim, por exemplo, se pensarmos que o nosso princípio emocional, passional ou de desejos pessoais e egoístas é mais valioso que o nosso princípio mental ou mesmo intuicional, em vez de fazermos um esforço para nos aperfeiçoarmos e sermos efectivamente agentes de concórdia, pacificação e harmonia social, continuaremos a agravar as nossas doenças psicossomáticas e, como um vírus ou miasma “psíquico” contagioso, a contribuir para o alastramento da demência patológica da sociedade em cujo seio vivemos.
Finalmente, temos a educação. Para cada vez mais autores e pensadores ’Educação' vem das raízes latinas 'e' (significando 'para fora'), mais 'ducere' (significando 'conduzir' ou 'trazer'). Assim sendo, 'Educação' significa, literalmente, revelar o que está dentro do estudante. A instituição que tenta impor conhecimento de fora para dentro está a perverter os objectivos da Educação.
Platão comparava a acção pedagógica a um parto, e o parteiro (o mestre) é o agente que estimula a parturiente (o discípulo) a “dar à luz”, a exteriorizar, o “filho” (a sabedoria, a inteligência e a vontade superior) que traz dentro de si.
Este problema multimilenar é de muito simples resolução. Aliás, a solução já foi suficientemente discutida e dada há muitos séculos. Basta alterar a relação entre o professor e o aluno. Em todas as épocas e civilizações em que são a ignorância e o correspondente despotismo a ditar as regras, o conhecimento é unicamente transmitido pelo professor (activo) ao aluno (passivo), de fora para dentro, do exterior para o interior (vindo dos outros, “violentamente”, sem a natural adesão e entusiasmo do destinatário).
Por que razão se terá generalizado a ideia de que qualquer actividade profissional que a escola e o estudo nos proporcionam é diferente de outra actividade, seja desportiva ou artística? Serão, por acaso, os pais ou os técnicos e profissionais que impõem aos filhos e educandos as modalidades desportivas ou áreas artísticas que estes praticam com plena e feliz motivação e realização? Salvo as excepções que desafortunadamente ainda ocorrem, em que, também aqui, a imposição dos “adultos”(?) verga e oprime a alegria espontânea das crianças e as transforma nos cidadãos desequilibrados e infelizes do futuro, todos nós conhecemos a resposta.
Sobre este assunto, verdadeiramente decisivo para todos e cada um de nós, pois dele depende o “paraíso” (a felicidade, a realização e a paz) ou o “inferno” (o sofrimento e a guerra) que somos capazes de construir, falaremos com mais detalhe posteriormente.


(1) Embora possa parecer despropositado referir aqui, a um outro poder – de grande influência ainda hoje e “que oprime as consciências” – cabe grande parte da responsabilidade pela (e perdoe-se-me a repetição) “apagada e vil tristeza” em que jazemos: o poder clerical. Aparentemente à margem da evolução, ou involução, a sua acção no seio das sociedades merece uma séria reflexão. Talvez um dia isso aconteça. (2) A noção de espiritualidade aqui referida nada tem a ver com as múltiplas formas ou tipos de teologia que induzem nas pessoas modos de existência que, ao fim e ao cabo, apenas servem para as tornar ignorantes, servis, egoístas e idiotas. Tem, sim, a ver com o que é essencial, importante, verdadeiro, central, principal, ou nuclear, como acontece, por exemplo, quando se usa a expressão “o espírito da lei”.

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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Batalha do Buçaco


A alguns dias dos 200 anos da última ofensiva no âmbito das invasões napoleónicas, revivemos o como e o porquê dos ataques franceses e das defesas anglo-portuguesas, vencedoras.

Texto Susana Nunes fotografia Dina Cristo

Em 1807, Napoleão é o grande senhor do continente europeu, após ter saído vencedor dos confrontos com as grandes potências continentais. A supremacia francesa parece solidamente instalada na Europa Ocidental, mas a construção é muito menos sólida do que aparenta: como todos os gigantes, Napoleão também tem o seu calcanhar de Aquiles.
Embora o imperador tenha conseguido impor a sua lei ao continente europeu, não venceu o seu adversário mais inabalável, a Inglaterra, que continua a dominar os mares sem quem lhe faça concorrência. Em 1806, Napoleão tinha optado por uma guerra económica, “ao exumar uma lei que proclamava: ‘A importação de mercadorias manufacturadas provenientes de fábricas ou de comércios ingleses é proibida, tanto por mar como por terra, em todo o alcance da República francesa’. De acordo com a visão do imperador, o campo de aplicação deste texto cobria a totalidade da Europa, incluindo os países não ocupados com os quais tivessem sido estabelecidos tratados (e em particular a Espanha)”1.
No entanto, para ser eficaz, era necessário que este dispositivo fosse globalmente aplicado, o que nunca chegará a acontecer, apesar de todos os meios que lhe serão consagrados. Portugal, que vivia exclusivamente do comércio britânico, não tinha em conta esta interdição, tal como a Espanha, que aplicava o bloqueio de forma muito ligeira. Portugal não podia, nem tinha qualquer vontade em aplicá-lo, pois colocaria em perigo a sua actividade económica. Para além disso, o país contava com o apoio generalizado da sua população, fundamentalmente em desacordo com as exigências francesas.
Dá-se então uma operação armada, pela conquista de Portugal. O que Napoleão não previa é que este movimento, “a seus olhos um simples passeio militar”2, teria resultados completamente opostos ao esperado. O general Junot, que parte em direcção à capital portuguesa, atinge o seu objectivo sem dificuldade e destrona a casa de Bragança. No entanto, este acto terá como consequência directa a intervenção de um corpo expedicionário inglês que eliminará os franceses de Lisboa e que, solidamente instalado neste país de difícil acesso, resistirá a duas voltas ofensivas cada vez mais potentes, sob Soult em 1809 e Masséna em 1810. Ambas terminar-se-ão lamentavelmente para o exército francês, a primeira no Porto e a segunda em Torres Vedras. “As forças portuguesas estavam pouco preparadas para agir em batalha, mas, animadas por um verdadeiro patriotismo, dedicavam-se sem descanso a tudo o que pudesse servir à sua instrução”3.
Um erro

Napoleão não abandonava a intenção de submeter Portugal e em Agosto de 1810 decide enviar mais de 60 mil homens comandados pelo marechal Masséna, apoiado pelo marechal Ney e o general Junot. Uma terceira campanha que durará até Março de 1811, sem alcançar o principal objectivo, a tomada de Lisboa.
Perante os movimentos das tropas francesas, Wellington, general inglês enviado para defender Portugal, decidiu-se finalmente a aceitar uma batalha na serra de Alcoba, actual Buçaco. Mas à sua maneira. Num terreno por si escolhido, particularmente favorável, reforçado por algumas obras defensivas, e onde estimava ter todas as hipóteses do seu lado para barrar a estrada aos franceses. Afirma-o num comunicado escrito na altura: "Ocupámos uma excelente posição, é bastante difícil atacar-se de frente e, se o inimigo esperar mais um ou dois dias, apenas poderá atacar por um único ponto vulnerável. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para o conter neste local. Se não o conseguir, tentarei novamente em Coimbra”4.
Esta zona, a pouca distância de Coimbra, é formada pelas gargantas do Mondego e montanhas pouco penetráveis. “Difícil de se fazer o reconhecimento, ela é eminentemente propícia à defensiva. Estas ‘montanhas malditas’, como lhes chamou um oficial britânico, são perpendiculares ao longo do Mondego, pouco elevadas (entre 200 e 400 metros) e, no entanto, de um acesso difícil pois são bastante íngremes e cobertas de urze. Fora da estrada de Coimbra, apenas raros atalhos abrem caminho, dos quais um, importante, que atravessa por detrás de toda a linha aliada. A norte, encontra-se o convento do Buçaco, rodeado de árvores que o escondem da vista dos franceses. De facto, apenas existem dois pontos a defender pelos anglo-portugueses: à esquerda inglesa a estrada do Buçaco que atravessa o convento, e à direita o caminho que parte de Santo António de Cântaro”5. Estes caminhos difíceis, cujos arredores eram impraticáveis, foram cortados e barricados e estavam defendidos por artilharia.
É neste terreno que o general inglês decidiu concentrar as suas forças para receber os franceses, esgotados de uma dezena de dias de um caminho bastante árduo: “a cavalaria e as divisões Hill e Leith atravessam o Mondego através da Ponte Murcelha e chegam pela estrada do Espinhal ao planalto do Buçaco no dia 26. Juntam-se a Wellington, que dispõe os 50 mil soldados (dos quais 27 mil ingleses) e as 40 peças de artilharia no planalto, a esquerda a cavalo sobre a estrada de Mortágua a Coimbra, a direita sobre a de Santo António de Cântaro. A cavalaria é disposta no campo entre Mortágua e o Mondego. Assim organizado, o inimigo [o exército anglo-português] é capaz de neutralizar a acção da cavalaria e da artilharia francesas. O cume da montanha ocupado tem uma largura inferior a 3 quilómetros”6. As tropas portuguesas podiam, assim, observar todos os movimentos dos franceses, que precisavam de mais de uma hora de um trajecto exposto ao fogo para chegar aos postos avançados.
Para os franceses, a decisão foi difícil. Alguns preferiam a ofensiva imediata. Outros defendiam uma mudança de posição. A esta proposta, que o futuro acabará por provar a melhor, Masséna responde que é impossível. O marechal Ney menciona a possibilidade de se atacar o Porto em vez de Lisboa e chega mesmo a propor o regresso a Almeida, para se esperar por reforços. “Seria efectivamente necessário atacar-se imediatamente, ou mudar-se de posição, como propunha o duque que Elchingen? O adversário, mesmo se não tinha ainda tomado as suas posições de combate definitivas, era largamente superior em número. Atacar sem esperar, seria lançar as divisões à medida que estas chegassem ao campo de batalha, em ordem dispersa, e, certamente, fazê-las combater isoladas. Mudar-se esta posição inatacável de frente para se apanhar o adversário pelas costas, ou levá-lo a separar-se, obrigaria a efectuar-se um deslocamento em presença do inimigo, manobra sempre delicada e perigosa. Masséna rejeita estas soluções, a primeira pois conduziria a uma derrota certa e sangrenta, a segunda porque tem a certeza de que é impossível, tal como Wellington.”7
A batalha
É assim iniciado o ataque armado. O assalto começa de manhã cedo, às apalpadelas num espesso nevoeiro. “Precedida pela brigada Foy e vários pelotões do 31º Ligeiro, a divisão Merle começa a subir a encosta em coluna apertada, abrindo caminho com dificuldade através da urze, sob fogo intenso. Os elementos avançados inimigos começam a recuar. Mas as colunas francesas perdem aos poucos a orientação e afastam-se do seu objectivo. A brigada Foy sai finalmente da bruma pelo caminho que conduz a Santo António e ataca a brigada portuguesa de Chaplemond. Dizimados pelas rajadas do 21º Foot, os franceses tentam reorganizar-se, mas o 74º regimento britânico e uma bateria aliada abrem igualmente o fogo e, após causarem enormes perdas aos franceses, obrigam-nos a parar”8.
Entretanto, a divisão francesa Merle chega por sua vez ao cume e organiza-se à esquerda de Chaplemond. Não existem unidades aliadas nesta parte da encosta, mas a reacção do general inglês Picton é rápida: reúne os fugitivos das unidades avançadas aliadas e, reforçado por regimentos de Leith, contra-ataca pela esquerda. As perdas são grandes do lado francês. Merle é atingido, tal como muitos dos seus oficiais, e é obrigado a retirar as suas tropas pelo flanco direito da montanha, perseguido pelos aliados, que algumas rajadas da artilharia de Masséna obrigam à retirada.
Apesar do fracasso deste primeiro assalto, Reynier persevera na sua tentativa e lança ao ataque os dois regimentos do general Foy conduzidos por Heudelet. Bastante desencorajados pela derrota da coluna de Merle, escalam a encosta num combate desigual contra a brigada Chaplemond. Leith, acudido por tropas frescas, ataca as tropas francesas. O general Foy é ferido e os seus homens, esgotados e dizimados, retiram-se rapidamente. É assim que termina a luta neste sector. A linha aliada não é alcançada.
À direita, o marechal Ney avança para Buçaco. Ordena ao general Loison um ataque em massa por brigadas. Os 12 batalhões de Loison avançam através da mata até à aldeia de Sula. Sobem uma encosta bastante íngreme até ao cume onde, escondidas, se encontram as 1800 baionetas dos 43º e 52º regimentos de infantaria. Convencidos de que apenas terão de enfrentar artilharia, os homens de Loison continuam a avançar. De repente, Crawford faz com que os soldados aliados saiam do seu esconderijo e enviem uma rajada a apenas 10 passos. As primeiras filas da formação francesa são totalmente destruídas. Mais de mil homens, oficiais e soldados, caem, e o resto recua na maior das confusões sem ter causado grandes perdas ao inimigo.
Todos os batalhões de Loison são dizimados, excepto um. Os aliados apenas têm de enfrentar este último, que se separou do corpo principal e aparece face aos regimentos de Coleman. Bastante inferiores em número relativamente ao seu adversário e desconcertados pela debandada dos seus camaradas, os soldados desta formação são facilmente despistados pelo 18º regimento português e retiram-se para Sula. À chegada, reúnem-se ao resto da divisão que se contenta em lutar contra a linha avançada de Crowford, pois Loison não se pode arriscar a lançar um novo ataque.
Ao mesmo tempo, o general Marchand avança em direcção ao convento por uma encosta mais suave que conduz à divisão de Spencer e faz um desvio pela esquerda para apoiar Loison. Rapidamente, se depara com uma grande linha da infantaria ligeira na mata ao sul de Sula e inicia um violento combate. Completamente desorganizados, os franceses conseguem no entanto lançar-se sobre esta formação e sair da mata, mas são recebidos por uma rajada de mosquetes da brigada Pack e, pouco a pouco, recuam até ao sopé das colinas com grandes perdas. Os regimentos de Maucune tentam por sua vez alcançar por um caminho que parte de Sula, mas o fogo das três baterias e o ferimento do seu líder fá-los hesitar. Ney abandona o ataque. Esta retirada marca o fim da batalha do Buçaco. Os anglo-portugueses perderam cerca de dois mil homens, os franceses 4 486, dos quais 275 oficiais.
A derrota francesa
O próprio Napoleão afirmava: “Uma máxima de guerra bem provada é não se fazer aquilo que o inimigo quer, pela simples razão de que ele o deseja: assim, devemos evitar o campo de batalha que ele reconheceu e estudou; é preciso ter-se ainda mais cuidado em evitar aquele que ele fortificou e onde ele se enclausurou. Uma consequência deste princípio é de nunca atacar a frente de uma posição que podemos obter em a rodeando”9. E os factos deram-lhe razão. A responsabilidade desta derrota foi em parte atribuída ao ataque frontal imediato, pois os franceses não souberam encontrar a passagem existente, que permitiria uma mudança de posição e atacar-se os anglo-portugueses em melhores condições, ou forçá-los à derrota sem combate.
Felizmente, para os franceses, como já tinha acontecido no Vimeiro, Wellington não se movimentou após esta vitória e não procurou tornar mais pesada a derrota de Masséna através de uma contra-ofensiva imediata. Contentou-se, como anteriormente, em permanecer numa prudente expectativa.
Após esta derrota, os franceses dirigem-se a Lisboa mas são obrigados a parar nas linhas de defesa de Torres Vedras, construídas no maior dos segredos para proteger a capital, pela iniciativa de Wellesley, na altura comandante-chefe do exército português. Os franceses acamparão perante estas linhas durante seis meses, onde viverão condições difíceis em consequência da “estratégia da terra queimada” de Wellington. Este tinha ordenado à população que escondesse ou queimasse todo o meio de subsistência, antes de partirem em busca de protecção, ou no interior das linhas ou em locais fora do alcance dos franceses. “Neste país deserto, os soldados de Masséna procuravam alimentar-se de qualquer forma, utilizando por vezes métodos pouco louváveis. A retirada, dirigida eficazmente pelo marechal Ney, traduziu-se igualmente por actos de violência ainda hoje na memória dos Portugueses”10.
O apagão
Portugal, um país com dimensões reduzidas e um governo fraco, representou, mais do que qualquer outro Estado da Europa, um obstáculo à vontade imperial, “que se sentia ainda mais invencível pela simplicidade aparente da neutralização [de Portugal]. Esta foi a grande e triste ilusão de Napoleão. A sua ignorância da geografia e da história de Portugal leva-o a projectos irrealistas, cujo falhanço era previsível"11.
Os meios mobilizados por Napoleão foram consideráveis, mas a designação do marechal Ney e do general Junot, sob comando do marechal Masséna, foram um erro: no ano precedente, Ney tinha recusado servir sob as ordens de um outro marechal, desestabilizando os planos da campanha do Tejo. Quanto a Junot, que tinha sido governador-geral de Portugal, considerava-se humilhado. Para além disso, as tropas francesas não estavam completamente preparadas: meios de transporte inexistentes ou insignificantes, desconhecimento dos itinerários, falta de informações, inexactidões na execução do plano de invasão… “Não sabíamos quase nada sobre as fortificações em Torres Vedras, que protegiam Lisboa, quando Masséna estava apenas a 6 posições da capital! Digo mais: se o príncipe de Essling [Masséna] falha militarmente em Buçaco, falha sobretudo perante a política sistemática da terra queimada imposta pelos ingleses às populações portuguesas sob pena de morte. O Imperador não tinha previsto dar aos seus exércitos meios de subsistência para um deserto”12.
As consequências destas três campanhas foram consideráveis para Portugal: “foi necessário voltar a meter-se os campos em cultura para se alimentar a população, reconstruir aldeias inteiras, reencontrar a sua autonomia, o que não era simples com a ingerência dos ingleses nos assuntos do Estado, na ausência dos monarcas pouco apressados em regressar à metrópole”13.
Imparável, Wellington, o futuro vencedor de Napoleão em Waterloo, apoiará a rebelião espanhola. E, no momento certo, saberá aproveitar-se de circunstâncias favoráveis para, após algumas tentativas infrutuosas, lançar uma grande ofensiva que criará uma segunda frente no sudoeste da França em 1814 e que apenas parará com a queda do Império.
É na Península Ibérica que desaparece o mito de invencibilidade das tropas napoleónicas. Após Baylen, Talavera, Vimeiro, Porto, Buçaco e Torres Vedras, nada será como antes: “a partir desta época, o próprio Imperador vai ver a sua estrela empalidecer, a mesma estrela que um dia mostrou ao cardinal Fesh em pleno dia e que afirmava ser o único a ver”14.

1 MOLIERES, Michel – Les expédtitions françaises en Portugal de 1807 à 1811, Editions Publibook, 2007. 2 Ibidem. 3 La Compagne de Portugal en 1810 et 1811. Éditeur A. Eymery, 1814. MOLIERES, Michel - Les expédtitions françaises en Portugal de 1807 à 1811, Editions Publibook, 2007. 4 Idem. 5 Idem. 6 Idem. 7 Idem. 8 Idem. 9 Idem 10 CAILLAUX DE ALMEIDA, Tereza – La mémoire dês campagnes napoléoniennes au Portugal (1807-1811). Au croisement dês sources orales, écrites et iconographiques, Actes du colloque interdisciplinaire: Nouvelles perspectives de la recherche française sur l aculture portugaise (5-6 février 2007). 11 Napoléon et le Portugal, Conferência pronunciada por Nicole Gotterri a 6 de Abril de 2002 no Institut Napoléon (Paris, La Sorbonne). 12 Idem. 13 Idem. 14 MOLIERES, Michel - Les expédtitions françaises en Portugal de 1807 à 1811, Editions Publibook, 2007
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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Vida alternativa


Texto e fotografia Dina Cristo

Esta Sexta-Feira tem início, no Jardim Tropical em Lisboa, a Feira Alternativa - um festival que reune novas ideias e atitudes de vida, mais simples, saudáveis, naturais e ecológicas, ao longo de três dias.
Desde os sectores da alimentação natural à medicina alternativa, passando pelos de desenvolvimento pessoal são dezenas os expositores presentes, as palestras previstas e milhares os visitantes esperados.
O evento, organizado pela Terra Alternativa, tem como objectivo ser uma montra de despoluição do corpo humano e terreno bem como de uma existência humana autêntica e significativa.

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sábado, 11 de setembro de 2010

Plantações


Festejamos a entrada do Outono com informações, originalmente publicadas na revista "Rosacruz" da Fraternidade Rosacruz de Portugal, sobre quais os dias e as horas mais propícias às actividades agrícolas e de jardinagem.




Fotografia Dina Cristo

2013



Para semear, plantar e enxertar com o propósito de impulsionar o crescimento e a frutificação, o tempo favorável é o seguinte:
Junho: 10, 11, 19, 20
Maio: 13, 14, 15, 23, 24
Abril: 16, 17, 18



Para um crescimento mais lento, mas com boa frutificação; para podar e limpar árvores e plantas:


Junho: 27, 28
Maio: 4, 5, 31
Abril: 7, 8, 25, 26



Para batatas, cenouras, nabos, bolbos e tudo quanto há-se frutificar debaixo da terra:

Junho: 2*, 3*, 4, 5, 6, 27, 28, 29*, 30*
Maio: 4, 5, 6*, 7*, 8, 27, 28, 31
Abril: 2, 3, 7, 8, 9*, 10*, 25, 26, 29, 30
*Só para cebolas

Para obter plantas com raízes fortes, convém semeá-las nos dias a seguir indicados (e transplantá-las nos dias referidos no início, para impulsionar o crescimento e a frutificação).
Junho: 4, 5, 6
Maio: 8, 9, 10
Abril: 11, 12, 13 até às 14h

Para obter flores bonitas e aromáticas:

Junho: 17, 18
Maio: 21, 22
Abril: 23, 24

Para preparar terras destinadas às diversas culturas, próprias da época, mondas, sachas, estrumação, pulverização, eliminar ervas daninhas, roedores e parasitas:


Junho: 2, 3, 4, 7, 8, 9, 12, 13*, 14*, 15, 16

Maio: 6, 7, 11, 12, 16*, 17*, 18, 19, 20
Abril: 9, 10, 13, 14, 15, 18*, 19*, 20*, 21, 22


* Nestes dias podam-se árvores, sebes e outras plantas para atrasar o crescimento; sacham-se batatas.

Nota: Os adubos e fertilizantes devem ser aplicados de preferência no quarto minguante.

Para semear, plantar e enxertar com o propósito de impulsionar o crescimento e a frutificação, o tempo favorável é o seguinte:

 


Março: 20, 21
Fevereiro: 11, 12, 20, 21, 22
Março: 20, 21


Para um crescimento mais lento, mas com boa frutificação; para podar e limpar árvores e plantas:
Março: 2, 3, 11, 12 até às 12h, 29, 30
Fevereiro: 2 depois das 12h, 3, 4, 11, 12
Janeiro: 6,7


Para batatas, cenouras, nabos, bolbos e tudo quanto há-se frutificar debaixo da terra:
Março: 6,7
Fevereiro: 7,8
Janeiro: 10,11


Para obter plantas com raízes fortes, convém semeá-las nos dias a seguir indicados (e transplantá-las nos dias referidos no início, para impulsionar o crescimento e a frutificação).
Março: 15, 16
Fevereiro: 15 depois das 11h, 16, 17
Janeiro: 19,20,21 até às 14h


Para obter flores bonitas e aromáticas:
Março: 27,28
Fevereiro: 27 depois das 13h, 28
Janeiro: 4,5

Para preparar terras destinadas às diversas culturas, próprias da época, mondas, sachas, estrumação, pulverização, eliminar ervas daninhas, roedores e parasitas:

Março: 12 depois das 12h, 13, 14, 17, 18, 19, 22*, 23*, 24*, 25, 26
Fevereiro: 13, 14, 18, 19, 20 até às 10h, 23*, 24*, 25, 26, 27 até às 13h
Janeiro: 17, 18, 21 depois das 14h, 22, 23, 26* depois das 14h, 27*, 28*, 29, 30

* Nestes dias podam-se árvores, sebes e outras plantas para atrasar o crescimento; sacham-se batatas.
Nota: Os adubos e fertilizantes devem ser aplicados de preferência no quarto minguante.

2012

Para semear, plantar e enxertar com o propósito de impulsionar o crescimento e a frutificação, o tempo favorável é o seguinte:




Dezembro: 18, 19, 28

Novembro: 13, 21, 22

Outubro: 16, 17, 24, 25, 26





Para um crescimento mais lento, mas com boa frutificação; para podar e limpar árvores e plantas:

Dezembro: 10, 11, 28, 29

Novembro: 3, 4, 5, 30

Outubro: 7, 8, 9 até às 12h





Para batatas, cenouras, nabos, bolbos e tudo quanto há-se frutificar debaixo da terra:

Outubro: 2, 3, 29, 30




Para obter plantas com raízes fortes, convém semeá-las nos dias a seguir indicados (e transplantá-las nos dias referidos no início, para impulsionar o crescimento e a frutificação):

Dezembro: 23, 24

Novembro: 25, 26, 27

Outubro: 29, 30, 31





Para obter flores bonitas e aromáticas:

Dezembro: 8, 9

Novembro: 10, 11

Outubro: 14, 15





Para preparar terras destinadas às diversas culturas, próprias da época, mondas, sachas, estrumação, pulverização, eliminar ervas daninhas, roedores e parasitas:



Dezembro: 3*, 4*, 5, 6, 7, 20, 21, 22, 25, 26, 27

Novembro: 6*, 7*, 8, 9, 23, 24, 28, 29, 30

Outubro: 9*, 10*, 11, 12, 13, 27, 28



* Nestes dias podam-se árvores, sebes e outras plantas para atrasar o crescimento; sacham-se batatas.

Nota: Os adubos e fertilizantes devem ser aplicados de preferência no quarto minguante.



Para semear, plantar e enxertar com o propósito de impulsionar o crescimento e a frutificação, o tempo favorável é o seguinte:

Setembro: 10, 11

Agosto: 22, 23, 31

Julho: 26, 27





Para um crescimento mais lento, mas com boa frutificação; para podar e limpar árvores e plantas:



Setembro: 18 depois das 15h, 19, 20, 27, 28

Agosto: 3 depois das 14h, 4, 5, 13, 14, 15

Julho: 7, 8, 17, 18





Para batatas, cenouras, nabos, bolbos e tudo quanto há-se frutificar debaixo da terra:



Setembro: 23, 24, 30*, 31*

Agosto: 6*, 7*, 8, 9, 31*

Julho: 9*, 10*, 11, 12, 13 até às 12h

* Só para cebolas





Para obter plantas com raízes fortes, convém semeá-las nos dias a seguir indicados (e transplantá-las nos dias referidos no início, para impulsionar o crescimento e a frutificação).



Setembro: 5,6

Agosto: 8, 9, 10

Julho: 12, 13





Para obter flores bonitas e aromáticas:



Setembro: 16 depois das 15h, 17, 18 até às 14h

Agosto: 20, 21

Julho: 24, 25





Para preparar terras destinadas às diversas culturas, próprias da época, mondas, sachas, estrumação, pulverização, eliminar ervas daninhas, roedores e parasitas:



Setembro: 2, 3, 4, 7, 8, 9, 12*, 13*, 14, 15, 16, 29, 30

Agosto: 6, 7, 11, 12, 16*, 17*, 18, 19

Julho: 9, 10, 11, 14, 15, 16, 19*, 20*, 21*, 22, 23

* Nestes dias podam-se árvores, sebes e outras plantas para atrasar o crescimento; sacham-se batatas.

Nota: Os adubos e fertilizantes devem ser aplicados de preferência no quarto minguante.

Para semear, plantar e enxertar com o propósito de impulsionar o crescimento e a frutificação, o tempo favorável é o seguinte:


Junho: 1 depois das 13h, 2, 3 até às 12h, 20, 21

Maio: 5, 6, 23 depois das 12h, 24, 25

Abril: 26, 27, 28



Para um crescimento mais lento, mas com boa frutificação; para podar e limpar árvores e plantas:

Junho: 10, 11

Maio: 13 depois das 12h, 14

Abril: 26, 27



Para batatas, cenouras, nabos, bolbos e tudo quanto há-se frutificar debaixo da terra:

Junho: 5 depois das 13h, 6, 7 até às 14h, 12*, 13*, 14*, 15, 16

Maio: 9, 10, 16*, 17*

Abril: 12, 13, 19*, 20*

* Só para cebolas



Para obter plantas com raízes fortes, convém semeá-las nos dias a seguir indicados (e transplantá-las nos dias referidos no início, para impulsionar o crescimento e a frutificação).

Junho: 15, 16

Maio: 18, 19, 20

Abril: 21, 22, 23



Para obter flores bonitas e aromáticas:

Junho: 27, 28

Maio: 3, 4

Abril: 6, 7



Para preparar terras destinadas às diversas culturas, próprias da época, mondas, sachas, estrumação, pulverização, eliminar ervas daninhas, roedores e parasitas:

Junho: 12, 13, 14, 17, 18, 19, 22*, 23*, 24*, 25, 26

Maio: 16, 17, 21, 22, 26*, 27*, 28, 29

Abril: 4, 5, 19, 20, 29*, 30*

* Nestes dias podam-se árvores, sebes e outras plantas para atrasar o crescimento; sacham-se batatas.

Nota: Os adubos e fertilizantes devem ser aplicados de preferência no quarto minguante.


Para semear, plantar e enxertar com o propósito de impulsionar o crescimento e a frutificação, o tempo favorável é o seguinte:
Março: 3, 4, 30, 31
Fevereiro: 4, 5, 6 até às 13 h, 22, 23
Janeiro: 8, 9, 25, 26, 27

Para um crescimento mais lento, mas com boa frutificação; para podar e limpar árvores e plantas:
Março: 11, 12, 20, 21
Fevereiro: 13, 14
Janeiro: 17, 18

Para batatas, cenouras, nabos, bolbos e tudo quanto há-se frutificar debaixo da terra:
Março: 11, 12, 15 depois das 11h, 16, 17, 20, 21, 22**
Fevereiro: 13, 14, 17, 18, 19 até às 10h
Janeiro: 17, 18, 21, 22
**Só para cebolas

Para obter plantas com raízes fortes, convém semeá-las nos dias a seguir indicados (e transplantá-las nos dias referidos no início, para impulsionar o crescimento e a frutificação).
Março: 25, 26, 27 até às 10.30h
Fevereiro: 26 depois das 14h, 27, 28
Janeiro: 3, 4

Para obter flores bonitas e aromáticas:
Março: 9, 10
Fevereiro: 11, 12
Janeiro: 14 depois das 14h30m, 15, 16

Para preparar terras destinadas às diversas culturas, próprias da época, mondas, sachas, estrumação, pulverização, eliminar ervas daninhas, roedores e parasitas:</< b="">
Março: 5*, 6*, 7, 8, 22, 23, 24, 27, 28, 29
Fevereiro: 2, 3, 6* depois das 14h, 7*, 8*, 9, 10, 24, 25
Janeiro: 5, 6, 7, 10*, 11*, 12* até às 10h30m, 12, 13, 14
* Nestes dias podam-se árvores, sebes e outras plantas para atrasar o crescimento; sacham-se batatas.

2011:

Para semear, plantar e enxertar com o propósito de impulsionar o crescimento e a frutificação, o tempo favorável é o seguinte:Para semear, plantar e enxertar com o propósito de impulsionar o crescimento e a frutificação, o tempo favorável é o seguinte:


Dezembro: 1 depois das 14h, 2, 3, 29, 30.

Novembro: 4, 5, 6

Outubro: 8, 9, 10 até às 12h, 27, 28 até às 15.

Para um crescimento mais lento, mas com boa frutificação; para podar e limpar árvores e plantas:

Dezembro: 11 depois das 13h, 12, 13, 20, 21, 22 até às 12h

Novembro: 14, 15, 16, 23, 24

Outubro: 8, 9, 10 até às 13h, 18, 19

Para batatas, cenouras, nabos, bolbos e tudo quanto há-se frutificar debaixo da terra:

Dezembro: 11 depois das 13h, 12, 13, 20, 21, 22 até às 12h, 24 depois das 15h, 25, 26

Novembro: 14, 15, 16, 23, 24

Outubro: 8, 9, 10 até às 13h, 13, 14, 15 até às 14h 18, 19

Para obter plantas com raízes fortes, convém semeá-las nos dias a seguir indicados (e transplantá-las nos dias referidos no início, para impulsionar o crescimento e a frutificação).

Dezembro: 6 depois das 14h, 7, 8

Novembro: 9, 10, 11

Outubro: 13, 14, 15 até às 14h

Para obter flores bonitas e aromáticas:

Dezembro: 18, 19

Novembro: 21, 22

Outubro: 25, 26 até às 15h

Para preparar terras destinadas às diversas culturas, próprias da época, mondas, sachas, estrumação, pulverização, eliminar ervas daninhas, roedores e parasitas:

Dezembro: 4, 5, 6, 9, 10, 11, 14*, 15*, 16, 17

Novembro: 7, 8, 12, 13, 17*, 18*, 19, 20

Outubro: 10, 11, 12, 15, 16, 17, 20*, 21*, 22*, 23, 24

** Nestes dias podam-se árvores, sebes e outras plantas para atrasar o crescimento; sacham-se batatas.
Para um crescimento mais lento, mas com boa frutificação; para podar e limpar árvores e plantas:
Setembro: 21, 22, 29, 30
Agosto: 14 depois das 13h, 15, 24 depois das 11h, 25, 26
Julho: 18, 19, 20, 28, 29
Para batatas, cenouras, nabos, bolbos e tudo quanto há-se frutificar debaixo da terra:
Setembro: 13*, 14*, 15*, 16, 21, 22, 29, 30
Agosto: 14 depois das 13h, 15, 17*, 18*, 19*, 20, 21, 24 depois das 11h, 25, 26
Julho: 18, 19, 20, 21*, 22*, 23, 24, 25, 28, 29,
*Só para cebolas
Para obter plantas com raízes fortes, convém semeá-las nos dias a seguir indicados (e transplantá-las nos dias referidos no início, para impulsionar o crescimento e a frutificação):
Setembro: 16, 17
Agosto: 19 depois das 13h, 20, 21
Julho: 23, 24, 25
Para obter flores bonitas e aromáticas:
Setembro: 27, 28
Agosto: 3, 4
Julho: 7,8
Para preparar terras destinadas às diversas culturas, próprias da época, mondas, sachas, estrumação, pulverização, eliminar ervas daninhas, roedores e parasitas:
Setembro: 13, 14, 15, 18, 19, 20, 23*. 24*, 25, 26.
Agosto: 1, 2, 17, 18, 19, 22, 23, 27*, 28*, 29, 30
Julho: 5, 6, 21, 22, 26, 27, 30*, 31*
** Nestes dias podam-se árvores, sebes e outras plantas para atrasar o crescimento; sacham-se batatas.
Para semear, plantar e enxertar com o propósito de impulsionar o crescimento e a frutificação, o tempo favorável é o seguinte:
Junho: 3, 4, 5, 12, 13
Maio: 7, 8, 15, 16, 17
Abril: 10, 11, 18
Para um crescimento mais lento, mas com boa frutificação; para podar e limpar árvores e plantas:
Junho: 21, 22
Maio: 24 depois das 13h, 25, 26
Abril: 27, 28, 29
Para batatas, cenouras, nabos, bolbos e tudo quanto há-se frutificar debaixo da terra:
Junho: 16, 17, 18 até às 12h, 21, 22, 23*, 24*, 25*, 26, 27
Maio: 2, 3, 20, 21, 24 depois das 13h, 25, 26, 27*, 28*, 29*
Abril: 1*, 2*, 3*, 21, 22, 23, 24, 30*
*Só para cebolas
Para obter plantas com raízes fortes, convém semeá-las nos dias a seguir indicados (e transplantá-las nos dias referidos no início, para impulsionar o crescimento e a frutificação):
Junho: 26, 27
Maio: 2, 3, 4
Abril: 5, 6, 7
Para obter flores bonitas e aromáticas:
Junho: 10, 11
Maio: 14, 15
Abril: 16, 17
Para preparar terras destinadas às diversas culturas, próprias da época, mondas, sachas, estrumação, pulverização, eliminar ervas daninhas, roedores e parasitas:
Junho: 6**, 7**, 8, 9, 23, 24, 25, 28, 29, 30
Maio: 5, 6, 9**, 10**, 11, 12, 13, 27, 28, 29
Abril: 2, 3, 4, 7, 8, 9, 12**, 13**, 14, 15
** Nestes dias podam-se árvores, sebes e outras plantas para atrasar o crescimento; sacham-se batatas.
Para semear, plantar e enxertar com o propósito de impulsionar o crescimento e a frutificação, o tempo favorável é o seguinte:
Março: 4, 5, 13 depois das 14h 30m, 14, 15.
Fevereiro: 4, 5, 6, 14, 15.
Janeiro: 8,9, 10, 18, 19.
Para um crescimento mais lento, mas com boa frutificação; para podar e limpar árvores e plantas:
Março: 22, 23, 31.
Fevereiro: 22, 23.
Janeiro: 26, 27.
Para batatas, cenouras, nabos, bolbos e tudo quanto há-se frutificar debaixo da terra:
Março: 22, 23, 26, 27, 28 até às 11h, 31.
Fevereiro: 22, 23, 27, 28.
Janeiro: 3, 4, 5 até às 16h, 26, 27, 30 depois das 14h, 31.
Para obter plantas com raízes fortes, convém semeá-las nos dias a seguir indicados (e transplantá-las nos dias referidos no início, para impulsionar o crescimento e a frutificação):
Março: 9, 10.
Fevereiro: 9 depois das 11h 30m, 10, 11.
Janeiro: 13, 14, 15 até às 13h.
Para obter flores bonitas e aromáticas:
Março: 20, 21.
Fevereiro: 20, 21.
Janeiro: 24, 25.
Para preparar terras destinadas às diversas culturas, próprias da época, mondas, sachas, estrumação, pulverização, eliminar ervas daninhas, roedores e parasitas:
Março: 6, 7, 8, 11, 12, 13 até às 14h 30m, 16*, 17*, 18, 19.
Fevereiro: 7, 8, 9 até às 12h, 12, 13, 16*, 17*, 18, 19.
Janeiro: 10, 11, 12, 15, 16, 17, 20*, 21*, 22, 23.
* Nestes dias podam-se árvores, sebes e outras plantas para atrasar o crescimento; sacham-se batatas.
Nota: Os adubos e fertilizantes devem ser aplicados de preferência no quarto minguante.
2010:
Para semear, plantar e enxertar com o propósito de impulsionar o crescimento e a frutificação, o tempo favorável é o seguinte:
Dezembro: 12, 13, 21.
Novembro: 6, 14, 15, 16.
Outubro: 9, 10, 18, 19.
Para um crescimento mais lento, mas com boa frutificação; para podar e limpar árvores e plantas:
Dezembro: 2 depois das 14h, 3, 4, 30, 31.
Novembro: 5, 24, 25.
Outubro: 28, 29.
Para batatas, cenouras, nabos, bolbos e tudo quanto há-se frutificar debaixo da terra:
Dezembro: 2 depois das 14h, 3, 4, 30, 31.
Outubro: 24, 25 até às 11h.
Para obter plantas com raízes fortes, convém semeá-las nos dias a seguir indicados (e transplantá-las nos dias referidos no início, para impulsionar o crescimento e a frutificação):
Dezembro: 17, 18.
Novembro: 19, 20.
Outubro: 23, 24.
Para obter flores bonitas e aromáticas:
Dezembro: 1, 28, 29.
Novembro: 30.
Outubro: 7,8.
Para preparar terras destinadas às diversas culturas, próprias da época, mondas, sachas, estrumação, pulverização, eliminar ervas daninhas, roedores e parasitas:
Dezembro: 14, 15, 16, 19, 20, 23*, 24*, 25, 26, 27.
Novembro: 1, 2, 17, 18, 22, 23, 26*, 27*, 28, 29.
Outubro: 21, 22, 25, 26, 27, 30*, 31*.

Nota: Os adubos e fertilizantes devem ser aplicados de preferência no quarto minguante.
* Nestes dias podam-se árvores, sebes e outras plantas para atrasar o crescimento; sacham-se batatas.

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