quarta-feira, 26 de março de 2008

Nova Era Glacial?


Vale glaciar na Serra da Estrela

Numa semana em que Al Gore, o político que colocou as mudanças climáticas na agenda mediática, completa 60 anos, apresentamos a ponta de uma nova meada ecológica: o arrefecimento da terra.

Texto e fotografia Dina Cristo

Carlos Cardoso Aveline (CCA) comparou as ideias de Al Gore às de William Judge, defendidas no final do século XIX, e viu como se identificavam: ambos apresentam uma perspectiva de mudanças tão profundas ao nível do planeta (a passar pela alteração das correntes marítimas) que podem indiciar uma nova era glacial.
Uma Idade do Gelo dura cerca de 100 mil anos, 10% dos quais corresponde a um período inter-glacial, relativo a uma época quente, como aquele que vivemos (potenciado pela poluição pós-Revolução Industrial) mas a aproximar-se de uma Nova Era Glacial, de que a extinção das espécies seria um dos primeiros sinais de alerta. Outros avisos seriam constituídos pelos terramotos, incêndios ou o degelo dos pólos.
As teses mais oficiais quanto às mudanças de clima são, contudo, contestadas a nível (inter)nacional. O chamado aquecimento global, afinal é, parcial (numas regiões a temperatura aumenta, noutras diminui) e, diversas vezes mesmo, um arrefecimento, contradizendo as previsões do IPCC. São exemplos da refutação, Luís Carlos Campos Nieto, jornalista que editou o livro “Calor Glacial”, e Rui G. Moura, climatologista, autor do blogue “Mitos climáticos”.
São muitas e variadas as interpretações sobre a natureza, o significado, a importância e os efeitos sobre o que está a acontecer ao nosso condomínio comum. O que é consensual é o aumento da subida de CO2. A discussão é se se trata de um efeito provocado pela acção humana ou de um reequilíbrio do Sistema Gaia e a sua (eventual) relação com o alegado aquecimento geral do planeta.

Religião-Ciência-Teosofia

Não deixam de ser curiosas as ligações temporais entre o Dilúvio (visão religiosa), a última Glaciação (visão científica) e o afundamento da Atlântida (visão teosófica), há mais de 10 mil anos. Por outro lado, cada uma destas áreas do conhecimento humano detém modelos, os quais remetem para uma continuação no tempo e no espaço: uma visão cíclica.
Para CCA, a degradação bio-química da terra não está isolada de uma decadência ética e moral. Defensor da ecologia profunda, acredita que as alterações chegaram a um ponto de não retorno e, embora devamos estar atentos, o melhor será não resistir à contracção das actuais estruturas económico-sociais e aproveitar, antes, para semear as bases de uma nova civilização saudável. Em vez de se passar da negação da realidade ao desespero, como salienta Al Gore em “Uma verdade inconveniente”, o mais útil será ter uma posição moderada, que pode passar por acções tão simples como plantar uma árvore (retendo CO2) ou ser vegetariano (evitando os desmatamentos) - atitudes ao alcance de qualquer mortal.

Etiquetas: ,

1 Commentarios:

Anonymous Anónimo disse...

Al Gore, simplesmente trouxe a nós mesmo sem tocar em muitos um simples facto de que somos nós mesmos os humanos que temos vindo a destruir o mundo, pela nossa ignorância e desleixo, apesar de nos atingir muito pouco para além do nada tem sido feito por nós e para nós. Perguntemos então somos mesmo racionais? que mais precisamos para ver o palpável que está bem diante de nós?
Pascoal de Carvalho

quarta-feira, 02 abril, 2008  

Enviar um comentário

<< Página Inicial