Santa Rainha
Segunda-Feira assinalam-se 675 anos da morte de Isabel de Aragão. Oportunidade para relembrarmos a Rainha Santa, através de palavras proferidas, em 1992, no seu Mosteiro, em Coimbra.
Texto José Coelho fotografia Dina Cristo
Quando no Congresso Europeu de Medicina Natural, em Abril [de 1992], propusemos a Rainha Santa Isabel para Patrona da classe médica naturista, cumpríamos uma tradição bem portuguesa dos mesteres, ao tutelar a classe com um Patrono.
Hoje, perante o Plenário Académico, encerramos o ciclo da nossa proposta, procurando a justificação e consagração em Sede adequada: no Convento da Rainha e à luz do seu Santo Túmulo.
“Gemma Pellucida”, como foi designada pelo Cardeal Del Monte, no processo de beatificação. “Gemma Diafana” – pela pureza e pelo exemplo de vida que foi: de Cristã nas suas obras de caridade, de Cultura pela protecção aos intelectuais, pela Música, pelas Línguas que conhecia, de Arquitecta e Engenheira, por ter saído do seu traço e orientação construções tão diferentes como Hospitais, Conventos, Capelas, Residências, etc. De Rainha que, nas calamidades, esteve sempre ao lado do seu povo, adquirindo, com o seu próprio dinheiro, víveres indispensáveis. De Mãe sempre que teve de conciliar os próprios familiares desavindos, fossem filhos naturais ou enteados, e também de Médica.
Longa, se quiséssemos abordar cada título, seria a enumeração dos seus feitos.
Importa-nos, porém, transcrever a Conferência do Padre Sebastião Antunes Rodrigues, autor de vários estudos sobre a Rainha Santa, anterior Capelão da Confraria da Rainha Santa Isabel, com quem tivemos a honra de privar, neste templo, durante os anos da adolescência, para bem ilustrar quanto na área Médica, passados [seiscentos e setenta e cinco] anos, os conhecimentos e a prática Médica de Santa Isabel são actuais.
“Muitas vezes fazia apalpação e depois de diagnosticar indicava o remédio e quando os doentes se sentiam curados, logo a Rainha passava por ter feito um Milagre. Conhecendo o valor de águas termais, assim pôde curar sua mãe.
No Hospício de Santarém, onde recolhia idosos, chegava ao pormenor de escrever as dietas para cada dia da semana, as mudanças de vestuário, etc.
O apoio espiritual que dali fortemente prestava aos que careciam de regeneração." Citei.
É nesta vertente tão especificada, da cultura da Rainha Santa Isabel, incomum na Idade Média, que utilizava, como sabeis, a clara do ovo como hemostático, por esta ser rica em proteínas, logo uma acção acelerada da coagulação sanguínea, e, pelo fibrogénio que esta possui, isolar a ferida. Era o remédio certo, no momento certo, atitude em que nos revemos.
O aprofundar da sua obra é agora uma necessidade e também um dever. Afinal as terapias antigas para além de inócuas eram e são as mais adequadas à natureza do homem.
É na sua vida que procuramos o exemplo, salvaguardando assim do esquecimento ou aviltamento, a herança cultural de tão Nobre Senhora para que hoje, fixando o horizonte do terceiro milénio, se invoque a Rainha Santa Isabel “Pacis et Patrie Mater”, Mãe da Paz e da Pátria, como Patrona do nosso Mester, do trabalho sublime da cura, no seu exemplo de Médica, no equilíbrio da vida e do humanismo, a quem humildemente nos dedicamos, por graça de Deus: O Homem.
Hoje, perante o Plenário Académico, encerramos o ciclo da nossa proposta, procurando a justificação e consagração em Sede adequada: no Convento da Rainha e à luz do seu Santo Túmulo.
“Gemma Pellucida”, como foi designada pelo Cardeal Del Monte, no processo de beatificação. “Gemma Diafana” – pela pureza e pelo exemplo de vida que foi: de Cristã nas suas obras de caridade, de Cultura pela protecção aos intelectuais, pela Música, pelas Línguas que conhecia, de Arquitecta e Engenheira, por ter saído do seu traço e orientação construções tão diferentes como Hospitais, Conventos, Capelas, Residências, etc. De Rainha que, nas calamidades, esteve sempre ao lado do seu povo, adquirindo, com o seu próprio dinheiro, víveres indispensáveis. De Mãe sempre que teve de conciliar os próprios familiares desavindos, fossem filhos naturais ou enteados, e também de Médica.
Longa, se quiséssemos abordar cada título, seria a enumeração dos seus feitos.
Importa-nos, porém, transcrever a Conferência do Padre Sebastião Antunes Rodrigues, autor de vários estudos sobre a Rainha Santa, anterior Capelão da Confraria da Rainha Santa Isabel, com quem tivemos a honra de privar, neste templo, durante os anos da adolescência, para bem ilustrar quanto na área Médica, passados [seiscentos e setenta e cinco] anos, os conhecimentos e a prática Médica de Santa Isabel são actuais.
“Muitas vezes fazia apalpação e depois de diagnosticar indicava o remédio e quando os doentes se sentiam curados, logo a Rainha passava por ter feito um Milagre. Conhecendo o valor de águas termais, assim pôde curar sua mãe.
No Hospício de Santarém, onde recolhia idosos, chegava ao pormenor de escrever as dietas para cada dia da semana, as mudanças de vestuário, etc.
O apoio espiritual que dali fortemente prestava aos que careciam de regeneração." Citei.
É nesta vertente tão especificada, da cultura da Rainha Santa Isabel, incomum na Idade Média, que utilizava, como sabeis, a clara do ovo como hemostático, por esta ser rica em proteínas, logo uma acção acelerada da coagulação sanguínea, e, pelo fibrogénio que esta possui, isolar a ferida. Era o remédio certo, no momento certo, atitude em que nos revemos.
O aprofundar da sua obra é agora uma necessidade e também um dever. Afinal as terapias antigas para além de inócuas eram e são as mais adequadas à natureza do homem.
É na sua vida que procuramos o exemplo, salvaguardando assim do esquecimento ou aviltamento, a herança cultural de tão Nobre Senhora para que hoje, fixando o horizonte do terceiro milénio, se invoque a Rainha Santa Isabel “Pacis et Patrie Mater”, Mãe da Paz e da Pátria, como Patrona do nosso Mester, do trabalho sublime da cura, no seu exemplo de Médica, no equilíbrio da vida e do humanismo, a quem humildemente nos dedicamos, por graça de Deus: O Homem.
Etiquetas: História, José Coelho, Santa Rainha