quarta-feira, 1 de junho de 2011

O poder do Um

Antes das eleições legislativas viajamos pelo poder político e, com a ajuda dos números, pelos seus líderes. Apertem o cinto.

Texto e fotografia Dina Cristo

Alguns têm talento para o pioneirismo, a independência, a criatividade, tornam-se líderes, arras(t)am pelas suas palavras ou acções; outros têm vocação para a colaboração e cooperação, são jogadores de equipa - apesar do seu valor, raramente são (re)conhecidos; outros seres humanos são seguidores, sentem-se bem a reproduzir ou obedecer. Quem deve governar a cidade?, perguntava Platão. O melhor de entre os mais velhos, dignificando a sua natureza.
Apesar da insistência na estabilidade, sobretudo pelos partidos com mais acesso à governação, do outro lado, reclama-se mudança. Na verdade, só ambas, inércia (tamas) e movimento (rajas), permitem o equilíbrio, a harmonia (satwa). Omraam Aivanhov disse-nos ainda que a criatura que seguir o Criador, aumenta o seu poder e transforma-se em 10, pelo contrário, ao seguir os seus instintos converte-se em 0,1.
Além do aparecimento nos últimos tempos de novos partidos políticos, como o PAN, estão nas comunidades digitais e nas ruas cada vez mais, maiores e diferentes movimentos. Uns a favor da demissão da classe política, outros da militância política, uns contra a existência de partidos políticos, outros na defesa do aprofundamento democrático, da democracia directa, participativa, mais representativa ou deliberativa. Uns a favor do voto em branco, outros da laicização ou da lusofonia, propondo um outro Portugal.
Os jovens, no mundo, na Europa e em Portugal encetam a revolução. Da cultura dos direitos para os deveres cívicos. Uma consciência mais refinada faz exigir de todos, líderes, colaboradores e seguidores, elites e massa, mais qualidade ao nível da verdade e da responsabilidade, num ressurgimento ético.
No “Aqui & Agora”, publicámos já a proposta de um código deontológico político, integrado no ensaio “A Ciência da Pólis” de José Luís Maio, que encorajava o surgimento de pessoas dotadas de consciência, sábia, lúcida e compassiva. Oscar Quiroga, por exemplo, escreveu sobre a importância da república de leis (interesse público) em detrimento de pessoas (interesses particular).
Perguntamo-nos até que ponto a unidade, no essencial, não pode e deve ser manifestada através da diversidade, no acessório. Tal pode(ria) ser representado pelos 12 mais pequenos partidos portugueses concorrentes, se reunidos, como numa espécie de roda zodiacal, pudessem assim formar uma unidade integral, convergente no centro e divergente na periferia.
Lembremos, nesse sentido, a importância de se harmonizar com a força complementar, contrária, que, em última instância, se contém. Em comum e na íntegra, dando espaço de manifestação a todas as partes, diferentes, num enriquecimento e espírito verdadeiramente comunicativo. Afinal, o verdadeiro poder está na união da diversidade, na vivência da unidade. Mas enquanto não experienciamos o poder do Um, a unidade, vejamos o poder dos 1, os líderes, sendo que um verdadeiro líder será não apenas pioneiro como trará igualmente um impulso unificador.
O carisma
Iniciamos agora uma curta leitura do mapa numerológico dos actuais líderes partidários portugueses concorrentes às eleições legislativas antecipadas. Trata-se de um breve perfil com base na numerologia intuitiva, tal como proposta por António Santos.
Ficamos a saber que muitos têm uma “estrelinha”, uma protecção divina, o chamado carisma. Em destaque a liderança, como destino (José Manuel Coelho), motivação (Passos Coelho), talento (Rui Marques) ou desejo (Francisco Louçã) e a comunicação (sobretudo Paulo Portas). São frequentes os “créditos”, nomeadamente ao nível da liberdade, limitada pela exposição pública, o desejo de dar de si próprio uma boa impressão bem como o espírito cooperativo, entusiasmado e de boa vontade por trás das imagens cerradas.
São seres humanos com determinados factores de destino e motivações profundas, personalidade e desejos a projectar publicamente e capacidades a desenvolver, consoante o período do ciclo pessoal em que se encontram. Enquanto alguns estão a iniciar (Garcia Pereira), outros estão a terminar (José Sócrates), muitos estão em ano de realização, quer dentro dos "cinco" quer dos "doze".
Francisco Louçã e Paulo Borges são os mais organizados. Paulo Portas, o mais comunicativo, José Sócrates, o mais solitário. José Manuel Coelho o maior espírito de liderança, Passos Coelho o mais harmonioso. Jerónimo de Sousa o mais idealista, Rui Marques o mais optimista. Carmelinda Pereira e Maria Vítor Mota são as únicas mulheres.
Mapa numerológico
António Pestana Garcia Pereira (14/11/1952) – Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP: manifesto). Está em início de ciclo. Personalidade optimista e capacidade de adaptação. Destinado à harmonia e compreensão, tem no espírito familiar a sua motivação. Gosta de ser visto como empreendedor.
Carmelinda Maria dos Santos PereiraPartido Operário de Unidade Socialista (POUS: manifesto) . O espírito familiar é a sua motivação interior. Capacidade de adaptação. Gosta de ser vista como empreendedora.
Francisco Anacleto Louçã (12/11/1956) – Bloco de Esquerda (B.E.: programa). O mais organizado de todos, grande talento para vir a estabelecer algo de concreto na sociedade. Está destinado à realização material. Personalidade e motivação viradas para a comunicação. Pretende ser visto como líder. Vive o seu ano de colheita dos frutos.
Jerónimo Carvalho de Sousa (13/4/1947) – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV - CDU: programa). Uma vibração de mestre. Grande faculdade de inspiração e destinado a viver as suas visões e a concretizar os seus sonhos. Marcadamente a contas com o trabalho. Personalidade orientada para a estrutura, gosta de ser visto como filósofo.
José de Almeida e Vasconcelos Pinto Coelho (27/9/1960) – Partido Nacional Renovador (PNR: programa). Destinado à intelectualidade, tem personalidade filantrópica e uma motivação de espírito familiar. Possui faculdade de administração e deseja ser visto como alguém iluminado.
José Manuel da Mata Vieira Coelho (22/7/1952) – Partido Trabalhista Português (PTP: manifesto). Destinado à liderança para a qual está totalmente motivado. Senhor de uma personalidade poderosa, de vibração rara. Dotado de faculdade de análise, gosta de ser visto como devotado. Está a terminar um ano de mudanças.
José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa (6/9/1957) – Partido Socialista (PS: programa). Destinado à liderança, mas actualmente em fim de ciclo. Espírito solitário que gosta de ser visto como altruísta, protector dos mais fracos e alguém que quer mudar o mundo. Uma personalidade indulgente com faculdade de análise.
Luís Filipe Botelho Ribeiro (17/11/1967) - Portugal pro Vida (PPV: wiki). Capacidade de liderança e gosto em ser visto como tal. Em menor porporção, mas igualmente presente no seu destino, personalidade e motivação, que é ligada à filantropia.
Maria Vítor Neves Ferreira Mota (21/12/1978) - Partido Humanista (P.H.: programa). Destinada à comunicação e totalmente orientada para a cooperação. Com uma motivação filantrópica e à vontade na faculdade de adaptação, deseja ser vista como alguém livre. Está no seu ano de realização.
Paulo Alexandre Esteves Borges (5/10/1959) - Partido Pelos Animais e Pela Natureza (PAN: programa). Com uma motivação e destino marcado pela comunicação, com um "q" de tendência à liderança, tem uma personalidade optimista e um desejo de dirigir. Grande faculdade de organização.
Paulo de Sacadura Cabral Portas (12/9/1962) – Partido Popular (CDS PP: manifesto). Destinado à comunicação, a sua motivação e personalidade. Faculdade de análise. O que mais se destaca no desejo de transmitir uma boa impressão. A contas com o trabalho, num ano em que vê os frutos crescerem.
Paulo Jorge Abraços Estêvão (27/7/1968) - Partido Popular Monárquico (PPM: programa). Destinado a grande poder de realização, coadjuvado por uma motivação totalmente orientada para o pioneirismo, destacada capacidade de aventura e personalidade fortemente filantrópica. A contas com o trabalho, deseja dar uma boa impressão, salpicada com uma imagem de dirigente e comunicador. Está em novo ciclo.
Pedro Manuel Mamede Passos Coelho (24/7/1964) – Partido Social Democrata (PPD/PSD: programa). Totalmente motivado para a liderança. Destino e talentos na área da harmonia e com personalidade indulgente. Gosta de ser visto como alguém livre, a contas com limites à liberdade. Atravessa o seu ano de colheita.
Pedro Quartin Graça Simões José (18/5/1962) – Partido da Terra (MPT: programa). Tem personalidade filantrópica e capacidade de inspiração. Motivado pela comunicação, deseja ser visto como empreendedor. Destinado à liberdade, com a qual vem a contas. Está em ano de colheita.
Rui Manuel Pereira Marques (25/6/1963) – Movimento Esperança Portugal (MEP: programa). Motivado e destinado ao optimismo. De personalidade intelectual, gosta de ser visto como alguém livre. Tem talento para liderar e está no seu ano de colheita.
Por falta de dados não conseguimos, até ao momento, disponibilizar informação relativa a dois líderes partidários. Em compensação, deixamos uma referência às entrevistas efectuadas por Maria Flor Pedroso, da Antena 1, aos candidatos:
Nova Democracia (PND: programa). João Carvalho Fernandes em entrevista.

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