terça-feira, 21 de maio de 2013

A Comunicação Oculta VII



Terminamos este ensaio com o sétimo artigo, sobre a Evocação e a Invocação, neste Dia Mundial da Comunicação.
 
Texto e desenho* Dina Cristo
Para que haja uma verdadeira Comunicação – circular, directa, bidireccional, recíproca e transpessoal - é indispensável a vontade de quem emite e a abertura de quem recebe. Na Comunicação entre a Hierarquia e a Humanidade (parte do triangulo também constituído por Shamballa) esta dimensão entre Evocação e Invocação tem lugar. 

Segundo Maria Flávia de Monsaraz[1], depois de terem evocado, chamado e relembrado os Humanos, os Homens Perfeitos, que atingiram a sexta Iniciação, estão actualmente a responder-lhes. Ao estímulo inicial, de impressão mental de novos ideais, os Homens responde(ra)m invocando, pedindo protecção e inspiração; de início de forma vaga, difusa e irregular e depois num apelo mais convicto e focalizador, com desejo (d)e maior grau de consciência.

A Comunicação Universal é esse espaço-tempo de comunhão entre quem invoca, pede, implora ou suplica, como os Humanos, e quem evoca, chama, relembra e responde, como os Super-Humanos. Estes, ao activarem a recordação da informação, estimulam na família humana a vontade de Comunicar. Por sua vez, esta emite orações, mantras ou meditações que os Mestres recebem, dirigem e transmutam.

Alice Bailey descreve assim o processo: «Aqueles que exigem salvação chamam em altas vozes. Suas vozes penetram no mundo sem forma e lá evocam resposta. Aqueles que, há muitos eons, se comprometeram a salvar e servir, respondem. Seus gritos também se fazem ouvir e, ressoando, penetram nos escuros, distantes lugares nos mundos da forma. Assim estabelece-se um vórtex que se mantém vivo pelo constante soar dos dois sons. Então é feito o contacto, e no espaço e durante algum tempo, os dois se tornam um – As Almas que Salvam e as Unidades a serem servidas»[2].

A evocação manifesta-se através da Arte (nomeadamente da Música), da Imaginação, dos Mitos, da Magia, da Telepatia, dos Rituais, dos Símbolos (como a cabala, as cores, os números ou o tarot), dos Sonhos e dos Mensageiros, desde os (Arc)anjos aos Iniciados, passando pelos profetas, filósofos e Mestres; todos têm transmitido a mensagem de uma Nova Civilização, a terceira, baseada no Amor/Sabedoria, depois da primeira inspirada em Buda, o Conhecimento, e da segunda, em Cristo, o Amor.

Trata-se de verdadeira Religião, da religação à Fonte, o regresso à Origem, ao Ser (trazendo iluminação, reintegração e participação); o Retorno do Cristo, do Desejado (em Portugal) e da proclamada Idade do Espírito Santo, Quinto Império, Era de Aquário, Idade de Ouro, uma Época de (Re)Descobertas Espirituais, de peregrinação até à Individuação, de C. G. Jung, à Grande Obra, dos Alquimistas, ou à Cristificação, de Max Heindel.

Jean Shinoda Bolenexplicou-o com base na Mitologia: a Deusa Métis, Sophia que fora engolida por Zeus e esquecida, é recuperada e, com ela, a vinculação à Terra, à Vida, ao Ritmo Natural (dos ciclos e estações), aos Outros, o desenvolvimento da Ecologia e de uma consciência global e solidária, própria de uma cultura matriarcal, baseada no amor e na liberdade, que privilegia as relações externas e reacções internas - representada no Deus afectuoso e clemente do Novo Testamento.

Annie Besant ilustra esta Lei do Retorno, o Feed-back: “Assim como um imã possui o seu “campo magnético”, uma área dentro da qual todas as suas forças atuam, grandes ou pequenas de acordo com a sua força, assim também todo homem possui um campo de influência dentro do qual agem as forças que ele emite, e essas forças agem em curvas que retornam para aquele que as emite, que retornam ao centro de onde emergiram”[3].

Actualmente, a Web, com os seus grupos electivos, facilita a emergência de uma Nova Era que, segundo o Centro Lusitano de Unificação Cultural[4], é dirigida pela alegria, maleabilidade, suavidade, comunhão, compreensão, integridade e paz – sete tónicas de uma Era de Comunicação Fraternal[5], propícia ao desenvolvimento da Informação Solidária, que relate esta Religação a Si, aos Outros e à Natureza.

* Anos 70
BIBLIOGRAFIA 
ANACLETO, José Manuel – Transcendência e imanência de Deus. CLUC. 2002
ANACLETO, J. Manuel – Duas grandes pioneiras. CLUC. 1999.
AVELINE, Carlos Cardoso – A informação solidária. Edifurb. Blumenau. 2001
BAILEY, Alice – Astrologia esotérica. Tomo II. Association Lucis Trust. Genebra. 1999.
BAILEY, Alice – Um tratado sobre os sete raios. Tomo I. Vol.III. Association Lucis Trust. Genebra. 1997.
BHAGAVAD GUITA – Bhagavad Guita. Editora Estampa. 2ª ed. 1999.
BESANT, Annie – O enigma da vida. Editora Pensamento. S. Paulo. 10ª ed., 1997.
DALICHOW, Irene; BOOTH, Mike – Aura-soma. Editora Margarita Schack. 1997.
COLLINS, Mabel – Luz no caminho. Editora Teosófica. 3ª ed. 2001.
COSTA, H. Álvares – As sete leis fundamentais – uma visão geral segundo o hermetismo, Cabalismo, Pai Nosso e Teosofia. STP. 1997.
EVANGELHO SEGUNDO TOMÉ – Evangelho segundo Tomé. Editora Estampa. 1992.
GOVERNO, Isabel – Logos, devas e elementais. CLUC. 2002.
GIBRAN, Kahlil – O profeta. Editora Pergaminho. 2004.
HEAD, G.R. – Apolónio de Tiana. Editora Teosófica. Brasília. 2000.
HEINDEL, Max – Astrologia científica simplificada. FRC. 1985.
HEINDEL, Max – O véu do destino. FRC. 1996.
HEINDEL, Max – Conceito Rosacruz do Cosmo. FRC. 3ª ed., 1989.
INTRODUÇÃO AO SUM – Introdução ao sum. CLUC. 1994.
INTRODUÇÃO À SABEDORIA E TÉCNICA GRUPAIS – introdução à sabedoria e técnica grupais. CLUC. 1990.
LEADBEATER, C.W. – Os sonhos. Editora Pensamento. São Paulo.
MENDANHA, Victor – História misteriosa de Portugal. Ed. Pergaminho. 6ª ed. 2001.
MONSARAZ, Maria Flávia – Vénus. Marginália Editora. 2004.
NO DOMÍNIO DO ESPAÇO-TEMPO – No domínio do espaço-tempo. CLUC. 2000.
NO TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO – No templo do Espírito Santo. CLUC.
NOVOS DIÁLOGOS HERMÉTICOS – Novos diálogos herméticos II. CLUC. 1994.
PARA UM MUNDO MELHOR – Para um mundo melhor. CLUC. 1997.
PÉROLAS DE LUZ – Pérolas de luz. Vol II. CLUC.
QUINTA DA REGALEIRA -  Quinta da Regaleira. Fundação CulturSintra.
RITUAL DE CIRCULAÇÃO DE LUZ – Ritual de circulação de luz. CLUC. 2001.
ROBERT, Denis; ZARACHOWICZ, Weronika – Noam Chomsky – duas horas de lucidez. Editora Inquérito. 2002.
TRAVASSOS, Lubélia de Fátima – Os manuscritos do Mar Morto. Os essénios. Editora. 1997. 

Revistas: 
Biosofia, N.º8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27,
Portugal Teosófico, n.º76, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89 (2003).
De Aqui e de Além, n.º1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 16, 17, 18.
Rosacruz, n.º358, 363, 370, 371, 372, 373, 374, 375, 376, 377, 378, 379, 

CD:
 MONSARAZ, Flávia – A religião do novo mundo. S/d. S/ Ed. 49:58.


[1] MONSARAZ, Maria Flávia – A religião do Novo Mundo – Faixa Hierarquia Planetária. CD [2] BAILEY, Alice – Astrologia esotérica, Tomo II, Association Lucis Trust, Genebra, 1999, p.206. [3] BESANT, Annie – O enigma da vida. Editora Pensamento. S. Paulo. 10ª ed., 1997, pág. 175. [4] Cf. CLUC – No Templo do Espírito Santo, CLUC, 1992, pág. 149 [5] A concretização do Espírito da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade

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