quinta-feira, 21 de março de 2013

A Comunicação Oculta V




Neste quinto artigo falamos do canal de comunicação a nível cósmico, como Fohat.

Texto e desenho* Dina Cristo

Do ponto de vista universal, o quarto princípio cósmico, que actua na quarta dimensão, a do Aqui e Agora[1], é Fohat, a Electricidade Cósmica que permite projectar ParaBrahman, a Ideação Cósmica, o Espírito Puro, em Mulaprakriti, a Matéria Virgem, as Águas Primordiais: «Fohat é a ponte de energia dinâmica através da qual as ideias existentes no Pensamento Divino (Mahat) se podem chegar a imprimir na substância cósmica»[2].
Fohat é o Fiat[3], a Força dinâmica, o Alento que vai despertar, animar e fecundar a Matéria-Prima Original. É o Movimento Absoluto que vai diferenciar e desdobrar o Espaço e, combinando os seus elementos, dar origem aos sete planos[4] e a todas as formas do Universo. É o Impulso cinético que penetra, dirige e gera toda a manifestação do Espírito na Matéria, como Leis da Natureza.
É esta radiação cósmica luminosa que estabelece a ligação, a relação entre a dualidade, os pares de opostos que, através dela, se atraem e aglutinam. Fohat é, pois, o Elemento mediador, o laço e o elo de coesão, a ponte entre Purusha, o Pólo Subjectivo, emissivo, a Consciência, e Prakriti, o Pólo objectivo, receptivo, a forma.
Trata-se de um meio, um medium, capaz de transmitir, transportar, precipitar, consumar e executar o Plano Universal e as suas Ideias Arquetípicas, materializando-as. É o Facton, a Potência inteligente, activa, criadora e geradora de Vida, o Agente vitalizador, detonador e ordenador da Mente Cósmica, do Pensamento Divino.
Este Elemento de emanação masculino, seu mensageiro junto do pano de fundo, do monitor, onde se vai infundir e frutificar, é o motor e o fermento, a Potência de direcção, que vai agitar, preencher e incubar a tela feminina. Corresponde, de certa forma, ao Eros grego, à Energia amorosa, ao Espírito Santo e é numericamente representado pelo 1,000001.
Akasha
É através de Fohat que Mulaprakriti, a raiz da Substância, a Matéria-Primordial, se assume como Akasha - a Sub-Raiz, a Matéria-Prima, o Zero, o Caos, o Continente que tudo contém, de onde tudo procede e desponta, se resume e actualiza no devir e aonde tudo volta(rá); é o Espaço que o Tempo irá permear, inflamar e fará dar à Luz as Potências Criadoras, o Logos.
Akasha é a Matriz Universal, o quinto Elemento cósmico, ténue e moldável, o Éter Superior, a Essência Espiritual subtil que preenche, penetra e sustenta todo o Espaço[5], a substância em que estão banhadas todas as coisas que são, assim, Akasha condensado.
É a Alma do Mundo, o condutor de Electricidade Cósmica, através do qual se propagam as ondas eléctricas dos pensamentos, sentimentos e acções, registadas pelos escrivães, Lipikas, na Luz Astral, a primeira vibração de Fohat, que permite a propagação à distância: «Por seu intermédio opera-se a comunicação focalizadora de um emissor para um receptor»[6].
A Luz Astral, o seu aspecto inferior, é uma rede de luz interna, etérea e planetária, um mundo de espelhos, sombras e ilusões (como na Alegoria da Caverna de Platão), um arquivo de imagens de onde são devolvidas e reflectidas, ampliadas e intensificadas, como feed-back e Karma, e reproduzidas como imaginário popular ou inconsciente colectivo.
Comunicação cósmica
O plano mental, astral e físico cósmicos (cujos sub-planos são os sete planos já referidos[7]) constituem a origem energética das três grandes constelações: Plêiades, Sírio e Ursa Maior. Esta última é a Fonte que irradia, através das suas sete estrelas - os sete Rishis ou Espíritos diante do Trono[8] - os sete raios[9], as sete energias básicas, retransmitidas e representadas pelas sete estrelas da Ursa Menor.
A Fonte Transcendente emite[10] a sua força para os Destinadores, as doze constelações - com a respectiva faixa energética, os doze signos zodiacais, sete dos quais, de Caranguejo a Capricórnio, se encontram em relação com a Humanidade[11], e cuja força é incorporada pelas doze Hierarquias (uma das quais os Pitris Solares[12]) - que emanam, cada uma, uma qualidade ou virtude - os doze trabalhos de Hércules – atraídas magneticamente, dada a Lei da Afinidade, pelos sete planetas sagrados.
Estes planetas receptores, regentes (esotéricos e exotéricos) e transfiguradores são os responsáveis pela focalização, corporificação, propagação e distribuição, não só da sua vibração como do grau de consciência dos centros anteriores, para o nosso sistema solar, que faz parte, junto com outros seis, de uma das constelações de um Zodíaco maior.
Neste processo de propagação energética, o sol é o grande canalizador, transformador e disseminador sobre a Terra, destinatária. A derramação de radiação cósmica atinge, através dos seus sete principais centros planetários, alguns Seres Humanos, consoante a qualidade do seu veículo e equipamento de recepção (mental).
A capacidade de resposta, feed-back, de retorno das energias à sua fonte de emanação, traduz-se no desenvolvimento psíquico, no despertar ou na elevação do grau de consciência – representado por cada constelação - conforme o nível de sensibilidade à influência energética, quer externa quer interna, mais ou menos estimuladora, coadjuvante, ou obstacularizadora, oponente.
 * Anos 70

[1] Como salientou Carlos Cardoso Aveline, o Aqui e Agora, nome de um dos seus primeiros livros editados, dissolve as barreiras e mostra a unidade de todas as coisas [2] ANACLETO, José Manuel - Transcendência e imanência de Deus, CLUC, 2002, pág. 5. [3] Faça-se. [4] Como aos sete pontos laya de passagem de um para outro plano. [5] Que se diferenciará e separará em sete planos, como vimos em artigo anterior. [6] GOVERNO, Isabel Nunes – Panpsiquis In Biosofia nº 18, Verão 2003, pág.27. [7] Cf. A Comunicação Oculta II. [8] Seres que representam a Vontade Divina no nosso sistema solar. [9] Cf. A Comunicação Oculta II. [10] A emissão de cada um dos sete raios é realizada, segundo explica Alice Bailey, por triângulos, que focalizam e transmitem as influências cósmica[11] As outras cinco têm relação com a evolução supra-humana. [12] Uma das suas Ordens é a dos Senhores Kumaras, os Adeptos Venusianos, portadores da Luz, do quinto princípio, mental.

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