Vida fabulosa
Neste ano em que se assinala 390 sobre o seu nascimento, relemos alguns excertos das fábulas de Jean de La Fontaine*.
Selecção e fotografia Dina Cristo
«Uma doçura afectada
É fruto da hipocrisia,
Sirva ao mundo esta lição.
Quem de aparências se fia,
Gosta da sua ilusão»
«Muitas vezes maldizemos
O que é útil
E o vistoso engrandecemos,
Bem que fútil»
«De emprestar a casa, foge:
Todos vêm com pés de lã;
Porém do hóspede de hoje
Sai-te o patrão de amanhã!»
«Aquele que previne
Que o mal se reproduza,
Prudente evita e escusa
De horrores profusão»
«É nosso instinto invejarmos
Sempre o que os outros possuem
Sem o que é nosso largarmos»
«Que é loucura desmedida
Entrarmos em qualquer coisa
Sem ver se temos saída»
«É a propensão do vivente
Lamentar-se do presente
E chorar pelo passado»
«De mudança o mundo está tão cheio,
Que hoje rio, amanhã estou sentindo
Uma grande desgraça que me veio»
«Nunca ninguém faça aos outros
O que não quer que lhe façam»
«É mais que tolo quem dá
Ao mundo satisfações»
«Por mais que a gente se mate
Nunca tapa a boca do mundo»
«Reflecte se mais te agrada
Viver magra, ou morrer gorda!»
«Nada prestará; sem o gozarmos»
»Para sócio não busques o mais forte»
«Uma toma vale mais
Que dois eu te darei!»
«Perversas dão em muitos precipícios
Pela sua vontade depravada»
«Um anão acordado
Mata um gigante a dormir»
«Justo castigo
Que ofendi quem serviu de meu abrigo!»
«Que o luxo concorreu com o pouco siso
A engrossar-lhe o tesouro»
«Ninguém deve fazer castelos no ar!»
«Na produção se reconhece o artífice»
«O trabalho com paciência faz mais que a força (…)»
«No abusar é que se encontra o pior»
«O povo é respeitável juiz»
«É geral o poderio do doméstico».
FONTAINE, Jean de la – Fábulas de La Fontaine. Texto Editora. 2001.
Etiquetas: Dina Cristo, Livros, Vida fabulosa
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