quarta-feira, 17 de outubro de 2012

IV Prémio IS


Biosofia, Cais, Cantos da casa (Antena 1), IM Magazine (web), Le Monde Diplomatique, Nova Águia e Sociedade Civil (RTP 2) são os nomeados para o IV Prémio Informação Solidária 2012, cuja votação se encontra aberta até ao dia 30 de Dezembro. O Prémio, concebido e doado pela artista Cristina Lourenço, é uma oportunidade para levantarmos o véu à segunda edição do livro “Informação Solidária”, de Carlos Cardoso Aveline, em preparação.

Texto Dina Cristo fotografia e pintura Cristina Lourenço



Um jornal estrutura a mente, a consciência colectiva, e articula a opinião pública. Ao longo dos séculos tem-se mantido, no essencial: «Folheando alguns dos principais jornais brasileiros, tenho a sensação de que o jornalismo mudou muito pouco nos últimos dois mil anos», afirma o autor no início da sua obra.



Um jornalismo mais próximo da ilusão colectiva, com cada vez maior representação ficcional, ampliada pelo excesso de rapidez, e redutora da realidade, fragmentada, com notícias isoladas e fora de contexto e a aplicação de uma tecnologia com o objectivo de redução dos custos.



Jornais que calam, apesar do excesso de desinformação, que desviam a atenção em relação ao que importa, gerando poluição mental e cultural e uma certa forma de hipnotismo que conduz à heteronomia e à ansiedade informativa.



Entretanto, o lixo moral acumula-se. As pessoas, por falta de opção e controlo ético, refugiam-se na televisão, baseada no tripé da violência (emitido pela telenovela-publicidade-filmes), estimulando a mediocridade e a alienação. Trata-se, pois, de um mau uso da TV, controlada por interesses de grupos, quando está destinada a veicular a fraternidade universal.



Contudo, a solução existe e não é de hoje. Desde o início do jornalismo luso-brasileiro, com Hipólito da Costa e o “Correio Braziliense”, como expoente do Jornalismo Romântico, dando espaço ao debate de ideias e voz aos diversos movimentos sócio-políticos, que a ênfase está na revolução dos conteúdos, na compreensão da verdade em detrimento do mero conhecimento superficial, e no serviço à comunidade.



Hoje, a luz, que torna mais visível a sombra na própria imprensa, permite elevar o nível de consciência sem deixar de informar sobre as carências humanas. Há, pois, mais condições para impulsionar um jornalismo independente, construtivo, apontando para as potencialidades do ser humano e para as soluções dos seus problemas.



A internet, para a qual transitou grande parte da imprensa pequena (nanica) e alternativa, potencia o exercício de uma imprensa benéfica e útil, comprometida com a veracidade, a coerência e a justiça, contribuindo para a construção activa da boa vontade e das relações correctas, a todos os níveis.



Esta renovada imprensa, consciente da diferença entre a urgência e a importância, apostada na qualidade em detrimento da quantidade de informação, abre espaço para o silêncio, a percepção do sentido da vida e para a relembrança da unidade original. Um dos seus sinais é a maior aproximação ao cidadão, de que os provedores dos leitores, ouvintes e telespectadores são um exemplo no Brasil e em Portugal.



Alicerçada no interesse dos cidadãos, a imprensa solidária do século XXI confia numa cidadania planetária plena - atenta e isenta, que exerça também o seu papel no controlo de qualidade e na selecção da informação correcta, necessária à tomada de decisões que auxiliem a qualidade de vida, e no poder da comunidade de defender os seus interesses - para transformar o jornalismo.



Para auxiliar o cidadão a assumir as suas responsabilidades, Carlos Cardoso Aveline sugere várias acções a tomar ao nível social e individual, através do uso correcto da imaginação, propondo a visualização de imagens criativas e construtivas da realidade social, em detrimento das de sexo, mentiras e violência, habitualmente veiculas, mesmo entre a programação infantil.



Ao exercer o jornalismo de uma forma diferente, ao analisar, por exemplo, com atenção aquilo que outros esquecem ou ridicularizam, ao fomentar o equilíbrio entre informação e contacto directo com os ritmos da vida e com os seres, com a informação mas também com a meditação, o relaxamento ou a contemplação, a Informação Solidária fomenta o crescimento interior dos indivíduos e, com essa atitude, o jornalista correcto sente-se em paz, por também ele ter cumprido o seu dever.

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2 Commentarios:

Blogger Aqui & Agora disse...

Dado o empate verificado entre as revistas "Biosofia" e "Cais", com 19%, informamos que iremos prolongar a votação até ao dia 31 de Janeiro de 2013.
A Redacção.

segunda-feira, 31 dezembro, 2012  
Blogger Aqui & Agora disse...

Informamos que a revista “Biosofia” é a vencedora do IV Prémio de Informação Solidária 2012, ao obter 21% dos votos dos cibernautas. Em segundo lugar ficou o programa de televisão “Sociedade civil”, com 18%, e em terceira posição a revista “Cais”, com 15%.
No quarto lugar ficaram a rubrica de rádio “Cantos da casa” e a revista “Nova águia”, em “ex aequo”, com 13% das preferências. O quinto e último lugar foi para o “site” IM Magazine e o jornal “Le Monde diplomatique” - ambos com 10% do total de votos.
A todos quantos participaram na eleição os nossos agradecimentos.
A redacção

sexta-feira, 01 fevereiro, 2013  

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