quarta-feira, 9 de maio de 2012

Dedos à mão



Vinte anos depois, recordamos o poema (também com música) de Carlos Paião, “Canção dos Cinco Dedos”.


Fotografia Dina Cristo

São cinco dedos,

Cada qual com seus segredos,

Lado a lado, lado a lado.

Do teimoso polegar,

Que dá dedadas, a agarrar,

Ao mais fininho – o mindinho.



Cinco dedos

São cinco bons brinquedos

Em sincronização.



Um por um aqui estão,

Resguardados no dedal da nossa mão.



O dedo médio

Fica ao meio, que remédio,

É sina sua, capicua…

O altivo indicador

Aponta o bem, indica a dor.

E o anelar dá jeito a quem noivar.



Polegando,

Palmo a palmo palmilhando,

Como um circo em construção.



Um por um aqui estão.

São diferentes, mas, unidos, dão a mão.



E assim como a cinco, sinto os dedos musicais.

E os meus cinco sentidos, em crescendo, já são mais

Cinco dedos sincopados sustenizam num bemol,

Dó ré mi fá sol lá cinco, simples como o sol



E brinco com afinco,

Queria ser um girassol …



(Até para ser dedo é preciso ter unhas …)



São cinco dedos,



São delícias, são enredos

Dedicados, dedilhados …

E, num dédalo de dedos,

Deduzimos a lição:

São amigos que nós temos mesmo à mão!



Sempre à mão …

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