quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Avatar


Os Globos de Ouro premiaram James Cameron e o seu filme, que permite ao espectador ver aquilo que, se o ser humano nada fizer, estará prestes, em 2154, a ser pura realidade virtual: um mundo habitado por indígenas em comunhão fraterna com a Natureza.

Texto Dina Cristo

São azuis, têm cerca de três metros, olhos grandes amarelados, vivem em comunidade e em harmonia com a Natureza, em Pandora, onde habitam a “Casa da Árvore”, cuja riqueza espiritual veneram.
Pelo contrário, os humanos cobiçam o seu minério, que planeiam explorar. Indiferentes à sua sensibilidade, invadem a sua Terra Mãe, cujo verde devastam sem piedade, cegos de ambição. Barricados nos seus robôs, metralham território virgem e explodem Árvores sagradas.
De um lado, Neytiri, a princesa dos Na`vi, clã Omaticaya, do outro Jake Sully, ex-fuzileiro paraplégico do exército americano. O amor os unirá e juntos lutarão pela sobrevivência de uma comunidade indígena que respeita, entre outros, os espíritos da Natureza e dos seus antepassados.
Um povo que não mata os animais, antes os comanda mentalmente, e a eles se liga, tornando-os cúmplices na sua defesa da floresta, um gigantesco espaço verde, que os humanos dizimaram do planeta e que, agora desesperados, procuram reservas. Nativos que diagnosticam de imediato a insanidade humana enquanto militares mercenários escarnam da vivência da sua delicada religiosidade.
A tribo de Pandora é constituída por seres pacíficos, obrigados a revelarem-se guerreiros verdes. Adoram as árvores – vivem numa, à qual chamam de “Casa das árvores”, refugiam-se noutra, a "Casa das Almas", e protegem outra ainda, a "Casa das Vozes" – as montanhas (caso da Aleluia), os antepassados (representados em Toruk), os mais velhos (caso do chefe, Eytukan) e, acima de tudo, a sua divindade, Eywa.
Não ignoram os sinais (como a cobertura de sementes da "Árvore da Vida"), não bloqueiam o fluxo energético reticular (‘a energia é-nos emprestada, depois teremos de a devolver’), conscientes de que a entidade divina não toma partido, apenas protege o equilíbrio, que o corpo dos seus fica com o povo mas o seu espírito segue para 'o lugar que o olho não vê'.
Os seus locais de oração são ainda mais reservados e puros. Vivem em total harmonia, consigo próprios, com os outros seres humanóides, celestiais, animais e vegetais, que se revelam no máximo esplendor. Sentem o outro para além da sua diferença corporal: independentemente da raça a que pertencem, são capazes de Ver a semelhança da sua alma: Namastê.
Do ponto de vista técnico, o filme, projectado a três dimensões, proporciona uma profundidade espacial, que capta os movimentos realistas dos actores e interage com o espectador. Uma inovação cinematográfica premiada e apreciada pelo público e também pela crítica.

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1 Commentarios:

Blogger Susana Nunes disse...

Um belo filme, que muito me tocou. Embora esteja repleto de clichés e a história pudesse ser um pouco melhor desenvolvida, as imagens são de tal forma belas que o cenário, a natureza, se torna numa das personagens do filme ou, pelo menos, tão relevante como uma das personagens. (Aconselho a versão 3D.)

quarta-feira, 20 janeiro, 2010  

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