Armas de criação massiva
Esta é a penúltima parte do documentário de Petter Jeseph, que estreia a nível mundial este Domingo, dia Z. “Zeitgeist – Addendum” desenvolve a terceira parte, do filme de há um ano, dedicada ao sistema monetário.
Texto Dina Cristo
Em cerca de duas horas, o vídeo – disponível em português – explica a actual mecânica monetária, que cria dinheiro a partir da dívida, e como constitui um sistema moderno de escravidão geral. A nível individual, através dos empréstimos, dos juros e da inflação; a nível nacional pela ganância, corrupção e golpes de… globalização. Desde os anos 50 (Irão, Guatemala) aos anos 80 (Equador e Panamá) até ao século XXI (em 2002 na Venezuela) são desfilados exemplos de “assassínio económico”, cujos oponentes são baptizados de "terroristas". Dívida pública, desemprego e poluição são alguns dos efeitos identificados do abuso económico.
O filme expõe as fragilidades do que chama “corporatocracia” – economia corporativa e poder financeiro – e do “monetarismo”, sistema que coloca em primeiro lugar o dinheiro e o interesse particular, sustentado na percepção da escassez e na perseguição do lucro, gerando crime abundante. Uma “guerra económica”, classifica, liderada pelo Banco Central Norte-Americano (a Reserva Federal, ao nível americano), o FMI (a nível internacional) e o Banco Mundial, cujos resultados têm sido o aumento da pobreza e desigualdade social.
A esta “ditadura dos ricos”, de elite, baseada no egoísmo, na competição, na guerra e na agressão, com consequências ao nível da dependência da generalidade das pessoas e repercussões ao nível da exploração, da fome e da destruição, o autor propõe um novo sistema social baseado em “armas” de criação massiva. Defende que é tempo da sociedade mudar para um novo paradigma civilizacional, de unificação e comunidade, radicalmente diferente.
Prosperidade geral
Partirá de um pressuposto contrário: hoje, o ser humano tem, à sua disposição, recursos e tecnologia (mais do que) suficientes para gerar abundância, sustentabilidade e bem-estar a todos os habitantes deste planeta. Chegou a hora de passar a ser civilizado, decente, ético e a ter novos incentivos de vida bem mais amplos e humanizados.
Jacque Fresco, do Projecto Vénus, cujo teor o filme desenvolve, defende que é preciso desenhar novos valores. Existe bastante conhecimento tecnológico para que tenhamos energia acessível, limpa e infinita. Basta aproveitar os quatro elementos naturais (e daí retirar a energia solar, eólica, das ondas e geotérmica), e desbloquear a electricidade (no caso dos automóveis) e o comboio de levitação magnética - maglev (no caso dos aviões).
Neste sistema não haveria lugar para a publicidade, a legislação, as armas, as prisões, as compras e o próprio Estado. Ocupado com o seu desenvolvimento mental, o ser humano estaria preocupado na sua verdadeira contribuição colectiva em vez de ser obrigado a trabalhar para pagar as dívidas, contraídas para ter acesso aos bens e serviços básicos.
Colocado a circular em 2008, antes de se revelar a dimensão da crise, o documentário indicava dois sinais importantes de mudança: desconfiança política e incumprimento económico; davam-se também sete dicas para o comportamento, aqui e agora, de cada um: expor a fraude bancária, desligar o noticiário da televisão, boicotar o exército e as companhias de energia, rejeitar o sistema político e juntar-se ao movimento.
Nesta nova atitude destaca-se a transformação da própria consciência sobre o lado simbiótico da vida - a sua interdependência - e a importância do sentimento de ligação - comunicação - êxtase que traz alegria. Oitenta anos após o seu nascimento, as palavras de Martin Luther King parecem ressoar: «Eu acredito que a verdade desarmada e o amor incondicional terão a palavra final na realidade».
Etiquetas: Armas de criação massiva, Dina Cristo, Sociedade
1 Commentarios:
Ora aí está uma bom tema para o nosso evangelho de vida moderna, em que as pessoas sem saberem como dão tudo por tudo para poderem ser e estar por cima da outra, exibindo um falso poder de compra e sentimento de posse que o condena desde as suas difíceis e rígidas obrigações até não poderem mais honrar os seus compromissos.
Esta é sem dúvidas a visão que cada um de nós deveríamos ter para podermos tornar um todo combatível e vencedor.
“O dinheiro é daquelas poucas coisas que apenas é um, e aquele que souber controla-lo controla aquele que o tem ou quer ter”.
Pascoal Carvalho
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