quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Comunicação profunda


É como uma Estação de Tratamento Humano: recicla pensamentos negativos, sentimentos destrutivos, desintoxicando, por um lado, e nutrindo o Ser Humano, por outro. Propõe-se apenas “informar”, ou seja, fornecer conhecimentos que permitam ao público fazer escolhas mais correctas na sua vida. Emissor e Receptor, mais próximos, partilham uma visão mais elevada da existência e do papel que têm nela.

Texto Dina Cristo Ilustração Zita Leonardo

A Informação Solidária (IS) é um movimento informativo renovador de conteúdos - um novo paradigma sócio-comunicativo de intervenção social, facilitado hoje pela Internet e o aparecimento de agências internacionais de IS, reflexo de uma nova consciência colectiva emergente, mais global e construtiva, de cidadania planetária. Surgiu no último quartel do Séc.XX como resposta à exclusão (social), na sequência da globalização, e à uniformidade (cognitivo-comportamental). Inspirou-se nas correntes de economia solidária e ecologia profunda.
Distingue-se por ser, naturalmente, … solidária, não apenas numa perspectiva social, moral, ambiental e humana mas também sistémica. Assim, esta prática informativa caracteriza-se pela cooperação, entre-ajuda, auto-gestão, priorizando as afinidades electivas. Trata-se de uma informação ao mesmo tempo livre - autónoma, independente, intra-determinada, voluntária, mais democrática, dialogante, aberta - e comprometida, com o interesse público e a verdade.
É uma informação ecológica, reticular, sustentável, de longo prazo, nutritiva e despoluída; valoriza, preserva e expressa a interdependência de todas as expressões de vida. É mais integral, holística, abrangente, profunda, inclusiva, plural, crítica, discernida, exigente, emocional, intuicional e criativa; contribui para a diversidade do discurso jornalístico, a integração e coesão sócio-profissional e o desenvolvimento local. Vai para além do aspecto material, imediato, estritamente humano, do jornalismo (de responsabilidade) social, positivo, negativo ou comunitário, aprofundando-o e desenvolvendo-o.
É uma Comunicação Social fundamentalmente ética, que coloca a ênfase no dever, na (auto)responsabilidade, distingue-se por ser honesta, íntegra, consciente, de boa vontade, justa, tolerante, coerente, fraterna, humana e sensível. Privilegia, em termos de critérios de selecção, a qualidade, a importância, o enquadramento, a moderação, o interesse público, a utilidade, as questões estruturais sociais e a informação central acerca de uma vida (mais) correcta.
A Informação Solidária tem um público mais activo e participativo, de que os Provedores – dos leitores, ouvintes e telespectadores, seus representantes - são hoje exemplares. Ela está nos grandes “media” mas predomina nos mais pequenos, alternativos. Não exclui o lucro, embora esse não seja o seu (principal) objectivo.
Em síntese, a IS baseia-se em valores, fontes, agentes, critérios e conteúdos, que espelham um nível mais elevado de consciência, ética, responsabilidade, liberdade e solidariedade. A revista "Cais" é um dos exemplos em Portugal.

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1 Commentarios:

Blogger Mendes. M. disse...

Dina Cristo:
A "informação renovadora de conteúdos" é clara e limpa - para isso, precisa ter e praticar coragem e ousadia, por navegar contra a correnteza dos navegadores conduzidos pelos interesses do poder vigente.
Que tenha vontade determinada e criatividade crescente!
Fraternal abraço, Milton P. Mendes.

sábado, 06 dezembro, 2008  

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