quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Arte na Educação

A Arte é um dos principais meios de desenvolvimento pessoal, social e de sucesso educativo. Nas Caldas da Rainha, o conceito é levado à prática, desde há vários anos, com assinalável êxito no desenvolvimento integral dos alunos.

Texto e fotografia Cristina Lourenço


A educação pela arte coloca relevância no desenvolvimento harmonioso da personalidade, através de actividades de expressão artística. Este conceito introduz no sistema educativo a imaginação, a espontaneidade e a dimensão da sensibilidade. É também encarada como um processo globalizante, no sentido do desenvolvimento integral do ser humano.
O papel da arte na educação aparece generalizado no século XX, quando é reconhecido, por diversos autores, como uma actividade natural do Homem e igualmente como meio enriquecedor das suas capacidades comunicativas, expressivas, afectivas, criativas e cognitivas.
Durante a minha própria investigação científica, pude, além de comprovar os resultados do estudo da psicologia infantil, pedagogia e arte, verificar o contributo da integração das artes para o sucesso educativo. Procurei implementar estas aprendizagens na minha prática pedagógica, através da criação de uma disciplina de opção para o 3ºciclo, designada de Artes Performativas.

Criada há cerca de seis anos, na Escola Básica Integrada 123, em Caldas da Rainha, ali é cultivada a liberdade de ideias, prazer, cooperação, aceitação do outro, auto-estima, valorização pessoal e do grupo. Trata-se de um espaço onde podemos expor ideias e sentimentos, valorizando-se o contributo de todos, através da palavra, do texto, do corpo ou da mímica. O trabalho final, “happening” ou espectáculo, construído ao longo de muitas aulas, vai sendo apresentado ao público e comunidade escolar ao longo do ano.

No ano lectivo 2006/2007 foi desenvolvido um projecto designado T0, onde se procurou estabelecer parcerias com outras entidades, nomeadamente o centro de juventude, que nos proporcionou espaço (palco), apoio técnico de som e luz. Os alunos começaram por imaginar um espaço - cubo virtual de 2x2x2 metros - que deveria ser ocupado por um personagem.
Durante as aulas foram exploradas as noções de espaço, através da expressão corporal e de textos escritos. Um sobre a ideia de casa, descrevendo além do espaço físico, objectos, sentimentos, cheiros, sons, cores, e outro sobre o personagem para a habitar, com a caracterização física e psicológica e a sua história. No final, estabeleceram-se ligações entre os diferentes espaços T0 e os personagens, criando-se uma história dentro de muitas histórias.

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