Menino prodígio
Nas vésperas do seu enterro, lembramos, num texto anotado há mais de vinte anos, como iniciou e desenvolveu a sua vida musical: desde os Jakson Five a The Jaksons até ao lançamento de “Triller”.
Michael Joe Jackson nasceu a 29 de Agosto de 1958, em Gary, cidade do Estado de Indiana, a norte dos Estados Unidos da América. Foi o sétimo filho do casal Kate e Joe Jakson.
A vida da família era modesta. Kate ocupava-se da criançada, sendo certo que não teria mãos a medir; Joe era empregado na indústria do aço e, nas horas vagas, um ouvinte atento de toda a produção musical negra. Aliás, Joe fora em tempos guitarrista de um grupo de «soul music», The Falcans, função que foi obrigado a abandonar quando se verificou a «explosão» do seu agregado, pois os proventos proporcionados pela música não eram suficientes para alimentar tantas bocas.
Segundo consta, não havia televisão naquela casa. E o gosto pela música beneficiou com o facto. É que, à noitinha, antes da deita, o único entretém de toda a rapaziada era espiolhar a vasta colecção discográfica do pai, que de resto tinha todo o gosto em servir de cicerone, cultivando nos descendentes o amor pela música.
Ora acontece que a família não se limitava a ouvir os discos. Com efeito, a música servia também para a dança.
Numa das raras entrevistas que concedeu nestes últimos tempos, o papá Joe recordava com entusiasmo os tempos em que os miúdos saltavam para o meio da sala, extravasando pela dança aquilo que lhes entrava pelos ouvidos. E mais: o canto.
Na escola
No caso de Michael Jakson, por exemplo, conta-se que, apenas com cinco anos, já sabia de cor um vasto repertório de canções da Motown, com especial ênfase nos êxitos dos Templations, nomeadamente “Tabacco Road” e “Cloud Nine”, os seus favoritos.
O senhor Joe Jakson, que como adiante veremos é a sombra tutelar da carreira dos seus filhos e em particular de Michael, teve em determinada altura uma brilhante ideia: se os miúdos conjugavam tão bem e se até tinham um certo jeito, porque não apresentá-los em espectáculos onde cantassem e dançassem, repondo sucessos da música negra?
E se foi bem pensado, melhor foi feito. A primeira concretização deste projecto, designada por Jakson Family, nasceu em meados da década de sessenta. Aos Sábados à noite, toda a família se reunia numa velha carripana e abalava para localidades próximas.
Os espectáculos eram assegurados por três dos manos: Tito, Jermaine e Jackie. Os restantes assistiam preparando-se para, mais tarde ou mais cedo, integrarem o grupo.
E às tantas, o trio transformou-se em quinteto, com a entrada de Micheal e Marlon. Já nessa época Michael Jackson era encarado como o menino-prodígio. Aliás, conta-se que um certo dia, talvez para desanuviar os trabalhos escolares, o pequeno Micheal subiu ao estrado e interpretou alguns números com uma voz e uma afinação tão surpreendentes que logo ficou “contratado” para todas as festas do seu estabelecimento de ensino.
Já agora refira-se que os trabalhos escolares, a que aludimos, consistiam na aprendizagem do a-e-i-o-u, porquanto Michael contava apenas cinco anos de idade.
As digressões começaram a tornar-se intensivas. Por toda a parte o êxito era enorme. As audiências ficavam cativadas. É difícil dizer quantos concursos para novos talentos eles ganharam.
Os dados estavam lançados.
E o papá Joe, previdente, achou por bem retirar os filhos da escola, pelo menos com a assiduidade normal, e para compensar fê-los acompanhar permanentemente por uma professora.
Assim, é bem possível que numa pausa durante um espectáculo os rapazes conjugassem em coro este ou aquele verbo ou que, no decorrer de uma viagem, se entretivessem com cálculos de raízes quadradas ou exercícios de potências.
E o papá Joe, previdente, achou por bem retirar os filhos da escola, pelo menos com a assiduidade normal, e para compensar fê-los acompanhar permanentemente por uma professora.
Assim, é bem possível que numa pausa durante um espectáculo os rapazes conjugassem em coro este ou aquele verbo ou que, no decorrer de uma viagem, se entretivessem com cálculos de raízes quadradas ou exercícios de potências.
Ensaios
O ritmo de trabalho não abrandava. Joe estava cada vez mais contente com o sucesso dos filhos e tinha a certeza de que podiam ir longe, muito longe.
Os tais ensaios, em princípio apenas destinados a preencher a ausência de televisão, tornaram-se regulares, diários mesmo: «Os meninos da vizinhança ficavam a brincar na rua e implicavam connosco por não os acompanharmos. Mas nós não nos importávamos. Preferíamos ensaiar», recordaria, mais tarde, Michael numa entrevista.
Joe Jakson conta um pouco o que foram esses anos de treino intensivo: «Quando percebi que os meus miúdos estavam interessados em tornar-se “entertainers”, comecei a trabalhar duramente com eles. Durante três anos, duas a três horas por dia, não fazíamos outra coisa senão cantar e dançar. Enquanto os outros miúdos andavam pela rua, a brincar e a jogar, os meus estavam em casa a trabalhar, tentando aprender como poderiam ser alguma coisa na vida».
Na mesma entrevista norte-americana à Time prossegue: «Claro que por vezes ficavam um pouco tristes por não poderem acompanhar os da sua idade. Mas eu via que a pouco e pouco eles iam ficando melhores e, à medida que se dava essa melhoria, eles gostavam mais e mais do que faziam».
«Quando chegou a altura de fazermos shows», explica, «andávamos aqui pelas redondezas de Gary. Posteriormente estivemos noutros Estados, onde alcançámos uma certa reputação. Em Junho de 1968, os Jakson dão um espectáculo no qual estava presente um espectador muito especial: o senhor Smokey Robinson. Ora, Smokey era sócio de Barry Gordy na editora Motown, grande império da música negra».
Da Steeldown até à Motown
De conquista em conquista, os rapazes iam-se afastando progressivamente do seu ponto de origem. Às tantas, já andavam por Chicago. Por volta de 1968 surgem os primeiros discos, mais brincadeira do que outra coisa. O convite partiu de uma editora local, a Steeldown.
Convite que foi aceite. Porém, o par dos singles então lançados não alcançou êxito marcante, até porque a editora era bastante modesta e tinha um raio de acção bastante restrito.
Para além de artista da marca, Smokey tinha ainda outra função: a de procurar novos talentos. Durante meses seguidos, ele andava por todo Michigan e Estados vizinhos ouvindo dezenas e dezenas de candidatos a cantores.
Alguém lhe assinalou a existência da família Jakson e, então, ele deslocou-se a Gary. Dias depois, regressou a Detroit, sede da Motown, e enviou um relatório a Gordy.
Rezava assim: «Em Indiana, conheci uma simpática família de cantores. Conversei longamente com Joe e Kate Jakson e apercebi-me de que já estão um pouco cansados das contínuas digressões. Penso que os devíamos contratar. Em todo o caso recomendo que pelo menos os convides a passarem aqui por Detroit. Por certo vais ficar surpreendido».
Em Novembro de 68, o correio dos Jaksons incluía uma carta de Berry Gordy: O meu amigo e precioso colaborador, Smokey J. Robinson, falou-me de vocês com profunda simpatia. E que tal se aparecessem por aqui, por Detroit, na sede da companhia? No fim de contas até somos quase vizinhos, não é?
Poucos dias depois, o clã Jakson “desembarcava” na Motown. Não somente Joe e Kate, mas também os nove filhos. E Berry Gordy foi directo ao assunto oferecendo contrato discográfico ao grupo. «O quê, gravar discos?... Os miúdos?... Bom… nunca tínhamos pensado nisso…», retorquiu Joe Jakson.
Na verdade, era diferente gravar dois discos na Steeldown, apenas para distribuir pelos amigos ou vender durante os espectáculos, ou assinar pela Motown, o equivalente a entrar no grande mundo da música, com enorme acréscimo de responsabilidade.
Inclusivamente, Joe chegou a dizer que afinal de contas aquilo era somente um divertimento e que, quanto muito, servia para ajudar um tanto o orçamento familiar. Afirmações que de resto se justificam pelo embaraço da circunstância, porquanto, como já sabemos, Joe queria mesmo lançar os seus filhos numa carreira musical.
Após o almoço, ficou decidido: muito agradecido pela visita, pela refeição, pelo interesse demonstrado, pela simpatia, mas contrato é que não, de forma nenhuma.
Berry Gardy compreendeu as razões dos progenitores. Porém, quatro meses volvidos, insistia com uma nova missiva, longa e calorosa. Nela, para além de salientar o agrado do anterior encontro, sugeria que os Jakson voltassem de novo a Detroit, não mencionando qualquer pretensão de assinar o contrato discográfico. Gordy referia somente interesse em presenciar uma audição dos cinco rapazes que constituíam o grupo. Em Maio de 69 procedia-se à assinatura do contrato.
Em Novembro de 68, o correio dos Jaksons incluía uma carta de Berry Gordy: O meu amigo e precioso colaborador, Smokey J. Robinson, falou-me de vocês com profunda simpatia. E que tal se aparecessem por aqui, por Detroit, na sede da companhia? No fim de contas até somos quase vizinhos, não é?
Poucos dias depois, o clã Jakson “desembarcava” na Motown. Não somente Joe e Kate, mas também os nove filhos. E Berry Gordy foi directo ao assunto oferecendo contrato discográfico ao grupo. «O quê, gravar discos?... Os miúdos?... Bom… nunca tínhamos pensado nisso…», retorquiu Joe Jakson.
Na verdade, era diferente gravar dois discos na Steeldown, apenas para distribuir pelos amigos ou vender durante os espectáculos, ou assinar pela Motown, o equivalente a entrar no grande mundo da música, com enorme acréscimo de responsabilidade.
Inclusivamente, Joe chegou a dizer que afinal de contas aquilo era somente um divertimento e que, quanto muito, servia para ajudar um tanto o orçamento familiar. Afirmações que de resto se justificam pelo embaraço da circunstância, porquanto, como já sabemos, Joe queria mesmo lançar os seus filhos numa carreira musical.
Após o almoço, ficou decidido: muito agradecido pela visita, pela refeição, pelo interesse demonstrado, pela simpatia, mas contrato é que não, de forma nenhuma.
Berry Gardy compreendeu as razões dos progenitores. Porém, quatro meses volvidos, insistia com uma nova missiva, longa e calorosa. Nela, para além de salientar o agrado do anterior encontro, sugeria que os Jakson voltassem de novo a Detroit, não mencionando qualquer pretensão de assinar o contrato discográfico. Gordy referia somente interesse em presenciar uma audição dos cinco rapazes que constituíam o grupo. Em Maio de 69 procedia-se à assinatura do contrato.
Na televisão
Berry Gordy viu e ouviu na actuação de Tito, Marlon, Michael, Jermaine e Jakie um enorme “furo” para a sua companhia. Não descansou enquanto não obteve a anuência de Joe e Kate. Alcançou os seus objectivos e logo tratou de baptizar o quinteto: The Jackson Five.
O grupo iniciou então uma rodagem importante. De um momento para o outro, passava das plateias restritas, situadas nas redondezas de Gary, para as grandes salas dos Estados Unidos.
Ainda em 1969, o grupo actua no Apollo Theatre em Nova Iorque e no Uptown em Filadélfia. Pode dizer-se que o sucesso foi imediato.
Num desses “shows” estava presente Diana Ross. Diana era como que a "rainha” da Motown. No seio da companhia, as suas palavras eram ordens. Nem podia ser de outra maneira, pois grande parte dos dólares que o contabilista de Gordy via entrar nos cofres da editora provinham da actividade de Diana, quer em disco quer ao vivo.
Ela era a super-estrela da marca e tinha sempre uma palavra a dizer, como aconteceu, por exemplo, nos contratos de Stevie Wonder, enquanto este era menor.
No caso dos Jackson Five, Diana teve igualmente papel de relevo. Depois de assistir ao “show”, ela fez questão que os jovens passassem a surgir regularmente nos seus programas de televisão.
E assim novo passo de gigante na carreira do grupo: doravante disporiam de uma audiência a nível nacional. Dir-se-á que a experiência não poderia ter sido melhor. E as cadeias de televisão norte-americana logo viram que os Jakson Five nem necessitavam da presença de Diana Ross para serem estrelas da TV.
Num curto espaço de tempo a ABC, a NBC e a NYDJ dirigiram propostas ao grupo no sentido de que ele passasse a ter um programa próprio ou que pelo menos realizasse um “show”.
A ABC ganhou a corrida. A primeira apresentação teve lugar em Junho de 1969. Após a difusão, milhares e milhares de cartas “choveram” na companhia, congratulando os cinco jovens, pedindo mais informações acerca deles, perguntando quando tinha lugar o próximo espectáculo, etc. etc.
Sucessos
A ajuda de Diana Ross não se limitou à televisão. Com efeito ela também apadrinhou o lançamento do álbum de estreia do grupo, sobrepondo ao título – "I want you back" – uma preciosa indicação: «Diana Ross presents The Jakson Five».
Contudo, não cremos que esse facto tivesse sido suficiente para explicar o “estoiro” que o disco produziu. O tema-título do álbum atingiu o primeiro lugar das listas norte-americanas e vendeu cerca de dois milhões de cópias. Chegaram os primeiros discos de ouro e platina de uma colecção que é, hoje, praticamente impossível de contabilizar.
Até 1971, mais uma série de êxitos, quer em single quer em álbum. Dos 45 rotações, destacamos “ABC”, “The love you save” e "I`ll be there", todos número um, nas tabelas de vendas dos EUA, em 1970; “Mama`s Pearl” e "Never can say goodbye", ambos segundo lugar, em 1971, e “Maybe tomorrow”, 20º lugar, e “Sugar Daddy”, 10º lugar no primeiro ano da década de 70.
Factor decisivo nestes êxitos, a contínua actividade do grupo no tocante a espectáculos por todo o país, que serviam de promoção aos discos. Foi sem dúvida um período de actividade árdua, mas bastante frutuosa.
Como já repararam, até aqui não temos dedicado muito espaço a Michael Jakson. Com efeito, não há, até 1971, dados especiais acerca dele. Ou, pelo menos, dados que não sejam comuns aos restantes irmãos.
Era uma vida muito disciplinada, dirigida pelo punho férreo de Joe Jakson, resumindo-se à escola, aos ensaios, às digressões, primeiro, e, depois, a discos e tournées.
É certo que logo desde o início de actividade dos Jakson Five, Michael se salientou. Porém, é compreensível, porquanto ele era o cantor principal da banda, ocupava a frente do palco e sobre ele incidia maior número de olhares.
Em “A história ilustrada do rock` n´roll” da revista “Rolling stone”, pode ler-se uma dedicatória especial a Michael: «Liderado pelo exuberante Michael Jakson, que pulava, rodopiava e movia-se como uma miniatura de James Brown, Jakson Five transcendeu todas as barreiras de raça e idade com o seu fantástico carisma».
Contudo, não cremos que esse facto tivesse sido suficiente para explicar o “estoiro” que o disco produziu. O tema-título do álbum atingiu o primeiro lugar das listas norte-americanas e vendeu cerca de dois milhões de cópias. Chegaram os primeiros discos de ouro e platina de uma colecção que é, hoje, praticamente impossível de contabilizar.
Até 1971, mais uma série de êxitos, quer em single quer em álbum. Dos 45 rotações, destacamos “ABC”, “The love you save” e "I`ll be there", todos número um, nas tabelas de vendas dos EUA, em 1970; “Mama`s Pearl” e "Never can say goodbye", ambos segundo lugar, em 1971, e “Maybe tomorrow”, 20º lugar, e “Sugar Daddy”, 10º lugar no primeiro ano da década de 70.
Factor decisivo nestes êxitos, a contínua actividade do grupo no tocante a espectáculos por todo o país, que serviam de promoção aos discos. Foi sem dúvida um período de actividade árdua, mas bastante frutuosa.
Como já repararam, até aqui não temos dedicado muito espaço a Michael Jakson. Com efeito, não há, até 1971, dados especiais acerca dele. Ou, pelo menos, dados que não sejam comuns aos restantes irmãos.
Era uma vida muito disciplinada, dirigida pelo punho férreo de Joe Jakson, resumindo-se à escola, aos ensaios, às digressões, primeiro, e, depois, a discos e tournées.
É certo que logo desde o início de actividade dos Jakson Five, Michael se salientou. Porém, é compreensível, porquanto ele era o cantor principal da banda, ocupava a frente do palco e sobre ele incidia maior número de olhares.
Em “A história ilustrada do rock` n´roll” da revista “Rolling stone”, pode ler-se uma dedicatória especial a Michael: «Liderado pelo exuberante Michael Jakson, que pulava, rodopiava e movia-se como uma miniatura de James Brown, Jakson Five transcendeu todas as barreiras de raça e idade com o seu fantástico carisma».
A solo
Mas só a partir de 1971 Michael poderá começar a ser considerado em dois ângulos: com e sem Jakson Five. É que, nesse mesmo ano, ele iniciou carreira discográfica a solo, tendo publicado um single, “Got to be there”, que atingiu o quarto lugar das tabelas de vendas norte-americanas.
O êxito encorajou-o a prosseguir, mas não pôs em questão a sua permanência no grupo. «O papá Joe recomendou-me que apesar disso não deixasse o grupo. Sempre segui escrupulosamente as suas directivas e não era agora que ia falhar. Assim, a partir da Primavera de 71 iniciei uma carreira dupla», afirmou, na época, Michael em entrevista.
Em 1972, mais dois êxitos: “Rockin`Robin”, número dois de vendas nos EUA, e “Ben”, número um.
Daqui em diante, e até se desencadear, no final dos anos setenta/princípios de oitenta, o fenómeno Michael Jakson, o cantor teve grande irregularidade no tocante à carreira a solo, até porque o sucesso imparável dos Jakson Five constantemente o solicitava para trabalhos com o grupo. Este manteve-se como uma das maiores atracções do meio artístico dos Estados Unidos da América, nos anos seguintes à sua estreia.
Por quatro vezes deram a volta ao mundo em digressão, somente não actuando em África e na América do Sul. Fizeram inclusive um espectáculo especial no Palácio de Buckingham, em 1977, a convite da rainha de Inglaterra. Receberam uma comenda do Congresso dos EUA pelo seu «exemplo à juventude americana».
E os êxitos discográficos não pararam: «Little bitty pretty”, “Lookin`through the window”, “Corner of the sky”, todos de 1972, “Dancing machine”, de 1974, e “I am love”, de 1975, foram alguns deles.
Em 1976, por razões não completamente esclarecidas – mas que talvez estejam relacionadas com o controlo artístico que a máquina Motown exercia – os Jakson Five resolveram abandonar a marca.
Gera-se então um conflito com Berry Gordy, que em tribunal pede uma indemnização por alegada quebra de contrato. Gordy ganha a causa e recebe uma compensação de 600 mil dólares, cifra que fica distante dos 20 milhões de dólares que inicialmente pedira.
Por outro lado, o grupo vê-se impedido de continuar a usar a sua designação: o nome de Jakson Five pertence à Motown.
Cumulando esse ano difícil, dá-se a primeira quebra na união da família: Jermanine Jakson, que em 1973 casara com Hazel, filha de Berry Gordy, mantém-se fiel ao sogro, que é como quem diz, à Motown. Resolve iniciar carreira a solo e é substituído por Randy, o irmão mais novo do clã.
The Jacksons
O grupo passa a designar-se The Jaksons e assina contrato com a Epic, em Março de 1976. Uma outra alteração a assinalar: a partir daqui, são os cinco irmãos que passam a ser responsáveis pela maior parte das composições e, de 78 em diante, também pela produção, que nos primeiros discos da Epic fora assinada pelo célebre “tandem” Kenny Gamble/Leon Huff.
Em 1978, outro passo importante na carreira de Michael: a estreia cinematográfica, ocorrida na película “The wiz”, sob a direcção de Sidney Lumet.
Michael contracenava com Anthony Perkins e Diana Ross. Para além do papel que lhe coube, o espantalho, era ainda responsável por dois temas da banda sonora, “Ease on down the road”, um dueto com Diana Ross, e “You can`t win”.
Foi nessa época que começou a amizade e colaboração com o maestro Quincy Jones, que exercia as funções de director musical do filme, uma colaboração que viria a reatar-se mais tarde.
Ainda em 78, o álbum dos The Jaksons, “Destiny”, torna-se o LP - longa duração - mais vendido do grupo. Além disso, teve ainda dele extraídos dois singles: “Shake your body -down to the ground” e “Blame it on the boogie”, ambos certificados com discos de platina nos EUA.
Na CBS
O ano de 1979 foi importantíssimo para a carreira de Michael Jakson. Tudo passa por Quincy Jones que, como dissemos, conhecera o cantor na rodagem de “The wiz”.
Quincy era produtor e director musical de renomados artistas por conta da CBS. Uma das subsidiárias desta companhia, a Epic, perguntou ao maestro, em meados de 79, se havia, no entender dele, algum novo talento que merecesse ser contratado.
Quincy respondeu que sim, mas que só diria o nome caso obtivesse garantias prévias de que produziria os seus discos e tivesse controlo relativamente à orientação musical.
Ele pensava em Michael Jakson. E, ao cabo de seis meses de conversações, conseguiu a anuência do cantor relativamente às suas prerrogativas. Faltava, contudo, ultrapassar um obstáculo: o acordo de Joe Jakson.
Desde o início dos Jakson Five, Joe abandonara a profissão de metalúrgico e dedicava-se em exclusivo à carreira de empresário dos filhos. Foi ele o primeiro orientador profissional, ensaiando-os desde o princípio. Depois, passou a cuidar da parte de contratos para espectáculos e negócios com a editora.
E Michael não queria dar aquele passo tão importante sem antes receber luz verde. No entanto, tudo foi, bastante fácil. Joe considerou-se honrado com o pedido de Quincy, músico que sempre admirou. Pediu apenas para poder continuar a seguir de perto o trabalho de Michael. Tudo O.K. Contrato firmado.
Quincy era produtor e director musical de renomados artistas por conta da CBS. Uma das subsidiárias desta companhia, a Epic, perguntou ao maestro, em meados de 79, se havia, no entender dele, algum novo talento que merecesse ser contratado.
Quincy respondeu que sim, mas que só diria o nome caso obtivesse garantias prévias de que produziria os seus discos e tivesse controlo relativamente à orientação musical.
Ele pensava em Michael Jakson. E, ao cabo de seis meses de conversações, conseguiu a anuência do cantor relativamente às suas prerrogativas. Faltava, contudo, ultrapassar um obstáculo: o acordo de Joe Jakson.
Desde o início dos Jakson Five, Joe abandonara a profissão de metalúrgico e dedicava-se em exclusivo à carreira de empresário dos filhos. Foi ele o primeiro orientador profissional, ensaiando-os desde o princípio. Depois, passou a cuidar da parte de contratos para espectáculos e negócios com a editora.
E Michael não queria dar aquele passo tão importante sem antes receber luz verde. No entanto, tudo foi, bastante fácil. Joe considerou-se honrado com o pedido de Quincy, músico que sempre admirou. Pediu apenas para poder continuar a seguir de perto o trabalho de Michael. Tudo O.K. Contrato firmado.
Triunfo mundial
“Off the wall” foi o primeiro álbum na nova etiqueta. E também o início de uma nova fase da obra de Michael, a todos os níveis, desde arranjos a interpretação, passando pelo repertório.
Este álbum incluía temas da autoria de Stevie Wonder, Paul McCartney, Rod Temperton e, claro está, Michael Jakson. Esteve oito meses classificado entre os dez discos mais vendidos dos EUA e 84 semanas na tabela do “Billboard”.
Vendeu cinco milhões de exemplares nos Estados Unidos da América e sete no resto do mundo. Com este disco, Michael tornou-se o primeiro artista a colocar quatro singles extraídos de um mesmo álbum no “top ten” americano.
Foram eles, “Don`t stop til you get enough”, “Rock with you”, ambos número um, e “Off the wall” e “She`s out of my life”, ambos número dez. Os dois primeiros ultrapassaram um milhão de cópias vendidas. “Don`t stop til you get enough” proporcionou a Michael a obtenção de um prémio Grammy para o melhor intérprete masculino de rhythm`n`blues.
O sucesso deste álbum a solo não afectou, contudo, o trabalho do cantor no seio de The Jaksons. Em 80, o grupo lança o álbum “Triumph” e, nesse mesmo ano, os manos imortalizam os seus nomes no famoso “walk off fame”, em Hollywood, numa cerimónia concorrida, à qual compareceram mais de dois mil fans.
Para além desta edição, o grupo continua a realizar aparições na TV, concertos em Las Vegas e digressões.
Três anos depois de “Off the wall”, Michael lança “Triller”. O disco saiu a público precisamente no dia 1 de Dezembro de 82. E, provavelmente, poucos pensariam que um ano e meio volvido sobre o seu lançamento, “Triller” estaria ainda à cabeça de muitos tops, vendendo como nenhum outro disco, pulverizando recordes um pouco por toda a parte e fazendo de Michael Jackson uma estrela com lugar destacado na galeria de astros da música pop.
Etiquetas: Menino prodígio, Música
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